O autor explica ao destinatário, seu amigo, por que foi delator quando esteve preso pela Inquisição. Encomenda-lhe também a remessa de certidões de nascimento e de casamento.
[1] | de ensinar ao mulato a ser judeo; como tãoben outro
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[2] | que dava tres Voltas com o prato
no ar; com que
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[3] | os sres inquizidores acho serem os mtes da sinagoga
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[4] | que ensinão aos
inocentes o que não sabem; mto
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[5] | sobre este particular podia dizer mas deicho tudo
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[6] | a Christo senhor nosso que elle nos
a de julgar a todos
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[7] | e tenho a conçolação de que não somos eternos; ben aVenturado
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[8] | dos que morren as mãos da justiça ino
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[9] | çentes;
sei eu que S pedro na campanha Levou
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[10] | da espada e cortou a orelha a malco; poren qdo
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[11] | que se Vio diante de hũ
prezidente logo o negou
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[12] | a Christo; Vede Vos o que faria hũ mizeravel senten
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[13] | çiado a morte sendo tão catholico como o mesmo
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[14] | papa; não
Vos quero cançar mais so Vos peço
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[15] | pelo que vos mereço, me fasais m de me mandares
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[16] | tirar hũa çertidão
do bautismo minha e outra
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[17] | de minha mulher Anna Vás, a qual se bautizou
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[18] | nesa igreja de sa ma conforme me
pareçe tãobem
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[19] | Vos peço hũa do meu cazamto e éstas certidois mas
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[20] | mandareis Remetidas a goncalo martiñs çirgeiro
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[21] | de
chapeos na Rua nova de Lxa junto ao chafaris
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[22] | dos cavalos pa mos Remeter, e eu Volo saberei
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[23] | algũ dia agradeçer
a Vosso irmão Afonço frs
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[24] | que esta aja por propia e a Vos Vos gde
Deos
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[25] | como pode
A e capvo de Vm
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[26] |
Gaspar Alveres gramacho
qdo a certidão de Anna Vás não
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[27] | esteja neses Los a de estar
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[28] | nos de s sebam
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[29] |
teria perto de Annos
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