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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1823. Carta atribuída a José Rodrigues Loureiro assinada sob o pseudónimo de António, para José de Sousa Guerra, negociante.

ResumoO autor, o «Chuço», insiste com José de Sousa Guerra para que lhe envie dinheiro.
Autor(es) José Rodrigues Loureiro
Destinatário(s) José de Sousa Guerra            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Porto, Póvoa de Varzim
Contexto

Os réus deste processo foram José Rodrigues Loureiro, preso no Limoeiro, Isidora Margarida e João Francisco de Castro. Foram acusados de «furtos industriosos por meio de carta», i.e. extorsão. O preso escreve a várias pessoas intimando-as, sob ameaça de morte, a enviar-lhe dinheiro em papel-moeda por carta para casa de Isidora Margarida. O processo contém as cartas de extorsão e respectiva resposta pelos ameaçados, José de Sousa Guerra, negociante na Póvoa do Varzim, o vigário geral do Sameiro de Santa Olaia, em Tondela, o prior de Cedofeita, no Porto, João Correia da Costa Godinho, de Santa Comba-Dão, e um negociante de Tondela, Julião Nunes da Silva, que chega a enviar 50.000{#//note[@subcat="context"]}0 réis. É por meio das cartas ao prior de Cedofeita que a quadrilha é apanhada pela polícia: tendo sido a polícia previamente notificada, uma das cartas de resposta é enviada sob a forma de encomenda, tendo como tal que ser recebida por pessoa identificada. O carteiro vai a casa de Isidora com um oficial que ordena, no momento em que a carta é recebida, a sua prisão e que a casa seja revistada. Por meio de repetidos autos de perguntas e outras averiguações, chega-se então à conclusão de que as cartas são da autoria de José Rodrigues Loureiro Laborda ou Taborda, preso do Limoeiro, entretanto enviado para o segredo desse estabelecimento, que várias vezes se identifica como «Chuço». Dada a dificuldade de obter dos arguidos uma confissão e a consequente morosidade do processo, é usada parte da quantia enviada pelo comerciante de Santa Comba Dão para as custas judiciais, sendo-lhe o resto devolvido. Várias das cartas foram copiadas por escrivão em triplicado.

Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra J, Maço 297, Número 22, Caixa 761, Caderno [1]
Fólios [21]r
Transcrição José Pedro Ferreira
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização José Pedro Ferreira
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Page [21]r

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hoge 4 -
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otubro
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1823
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Senhor Gera

hoge recevi Carta dos meos Amigos

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o qual me mandaron dizer se tinha
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Sido recevedor das vinte moedas que se
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lhe mandou pedir quando não as tibese
[8]
mandado para lhe irmos tirar a caveza
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i hos Bracos em vida etc...........
[10]
i eu hoge Respondo i dizendolhe Senhor
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luis laborda i Senhor Don luis doulhes
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parte que ho Senhor gerra hainda me não
[13]
mandou sinão a primeira carta dizendo
[14]
que não tinha portamto Senhor gerra
[15]
Segundo me mandou apronte 8 mil
[16]
cruzados que nos não tardamos muntos
[17]
dias em sua casa pois quiero que me man
[18]
de a resposta desta carta emte ho dia
[19]
18 deste mes porque nos himos pro porto
[20]
pois quando não tiber remedio Se ha de re
[21]
pender i não lhe ha de valer chorar
[22]
pora na coberta da carta ho costumado
[23]
Como Se lhe mandou na houtra

[24]
Anto

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