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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1822. Carta de António Guerreiro, [salteador], para António José Lima, preso.

ResumoO autor envia dinheiro a Lima e apoia o amigo dando-lhe conselhos.
Autor(es) António Guerreiro
Destinatário(s) António José Lima            
De Portugal, Beja
Para S.l.
Contexto

De quarenta e oito anos, António Vidal é descrito no processo: estatura regular, cabelo castanho escuro, rosto comprido e olhos pardos. Assumia várias denominações (Neves, Vidal e Cigano eram três delas) e várias profissões, como as de sapateiro, barbeiro, curandeiro e cirurgião. Achava-se pronunciado em muitos e diferentes crimes, tais como salteador de estradas, sócio de ladrões, arrombador de cadeias e raptor de mulheres casadas (em várias terras): raptou a mulher e a filha de Vitorino José, da aldeia de Alvor, onde também roubou. Preso na cadeia de Vila Nova de Portimão, arrombou a grade da cadeia e fugiu; foi morar depois para a Aldeia da Trindade, do termo de Beja, e aí fez roubos e arrombamentos; furtou a seu sobrinho Fortes vinte moedas de um alforje que estava em cima de uma égua; aí mesmo amancebou-se com Ana Zorrega, recetadora de todos os seus furtos e que o acompanhava para toda a parte; furtou duas cargas de tabaco e duas clavinas a uns espanhóis e andou depois a vendê-las de monte em monte. Consta do processo que uma quadrilha de salteadores atacou de noite o Monte de Rosa Gorda, onde Manuel Vaz Lampreia residia. Entraram pelo telhado da casa, maltrataram a mulher (o lavrador não estava em casa nessa noite), roubaram quatrocentas moedas em oiro e prata e muitas joias de valor. Passados oito dias foi achada uma clavina perto do monte junto a um ribeiro. Tanto a mulher como as criadas de Manuel Vaz Lampreia reconheceram a clavina, que fora utilizada pelo salteador mascarado que entrou na casa. A arma foi reconhecida como sendo do uso do réu, e ele foi preso, juntamente com um desertor de nome Nogueira acusado de ter sido recetador das peças de oiro roubadas pelo primeiro. Este último foi condenado às galés para o resto da vida. O processo acabou por ser declarado nulo e o réu absolvido.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita na primeira face e com o sobrescrito na última.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra A, Maço 24, Número 3, Caixa 52, Caderno 1
Fólios 216r
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Page 216r

[1]
to de 1822
[2]
Amo Lima

Pro que tudo Estimo a tua Sahude emquan

[3]
to o Estado da ma vou dorando pois bem podes sa
[4]
ber como Eu estarei Faltandome quem eu
[5]
tanto Estimara porem pacienca q algum tem
[6]
po se Restorare tanta perqua.
[7]
Amo Remetote 9$600 rs
[8]
pello portador desta q he Antonio Lus i man
[9]
dame dizer se Resebestes tres Moedas por o loiro
[10]
pois por ora não the poço mandar mais nada
[11]
Pois bem sabes que os tempos Estão mto qriti
[12]
cos i q eu i mais Outros Nocos amigos temos gos
[13]
to mto com a prizão do Vidal porem se o senhor
[14]
fore a goloria como temos Esprancas permeto q
[15]
não hades Sentire a Menor falta i o Mesmo
[16]
diras ao Nogueira i pedelhe q se Mantanha
[17]
sempre no Mesmo pois bem sabe o q dahi
[18]
se pode Rezoltare i com histo não the em
[19]
fado mais

sou teo Amo Verdadeiro
[20]
Antonio Gareiro

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