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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1829]. Carta de Maria Luísa para Antónia Luísa, sua mãe.

ResumoMaria Luísa pede à mãe que lhe envie 3 lenços e diz saber que o dinheiro lhe foi entregue.
Autor(es) Maria Luísa
Destinatário(s) Antónia Luísa            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Alenquer, Columbeira
Contexto

Raimundo Henriques da Silva, filho de pais incógnitos, natural da Roliça, solteiro, trabalhador, de trinta e três anos, morador na Rua da Cruz, é o réu do processo. Foi conduzido por um soldado da Sétima Companhia da Polícia (9 de Abril de 1829) e acabou por morrer na enfermaria da cadeia do Limoeiro, em abril do ano seguinte ao da sua prisão. Tinha sido acusado de roubo de dinheiro, na casa da Fazenda das Obras do Real Palacio d’Ajuda.

Foram encontradas com o preso: cinco cartas, uma cautela, três chaves pequenas e uma senha. Raimundo Henriques da Silva foi acusado de furtar 162.289 réis, com arrombamento da Casa da Fazenda das Obras do Real Palácio d'Ajuda. Os ladrões entraram pelo teto da casa, na noite de 24 para 25 de Dezembro de 1827. No telhado, foi encontrado um colar de contas que logo permitiu identificar um dos ladrões, precisamente o réu, que o usava frequentemente ao pescoço. Para além disso, houve uma testemunha ocular: José Miguel, morador em Alcântara, presenciou o arrombamento. O réu disse-lhe que estava envolvido no roubo, mas depois ameaçou-o com um pau que trazia na mão. Entretanto, passou uma patrulha da polícia que logo tomou conta da ocorrência. Interrogado acerca do destino do dinheiro que roubou, respondeu que serviu para comer e beber durante ano e meio em que não trabalhou. Confessou ainda ter feito o roubo sozinho, e não com outros ladrões. Acerca das cartas, nada é mencionado, ao longo do processo; contudo, pela leitura das mesmas, percebe-se tratar-se de cartas da sua família.

Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra R, Maço 5, Número 23, Caixa 10, Caderno [2]
Fólios 6r
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Liliana Romão Teles
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Page 6r

[1]
do a qual estimei infinitamente pela muita conso
[2]
lação que me veio dar.
[3]
[4]
sei que foi entregue do dinheiro que lhe
[5]
remetti pelo Compadre Jeronimo, mas vejo que
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VMce não me fala no Arrôz que tambem
[7]
lhe mandei por elle, pelo que fico na incerteza
[8]
se elle o perdêo pelo caminho. VMce quan
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do partio pa essa Terra disse-me que me havia de
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mandar os trez lenços, e vejo que se tem es
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quecido, assim faço-me lembrada pa que, se
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for do seu gosto, mos remetta pelo primeiro
[13]
portador. Mande-me dizer se a Mana
[14]
fez os deveres de boa filha, se lhe tem mandado
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alguma cousa, pois se ella assim o não faz
[16]
eu não quererei mais vê-la
[17]
[18]
Adeos ma boa Mai deite-me a sua benção e
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asseite mtas Saudades da Senra do Sr e do Menino prque todos
[20]
a estimão mto assim como
[21]
Esta sua filha obediente

Maria Luiza

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