PT | EN | ES

Menu principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1828. Carta de Catarina Maria para Miguel José Francisco, proprietário de casas.

ResumoA autora informa o senhorio de que partirá e pede que lhe passe recibo do pouco que paga.
Autor(es) Catarina Maria
Destinatário(s) Miguel José Francisco            
De Portugal, Lisboa
Para S.l.
Contexto

Miguel José Francisco, porta-voz da sua mulher, Maria Águeda da Encarnação, moradores na Travessa das Salgadeiras, disse que Pedro António da Silva, padeiro e dono de uma fábrica, difamou Maria Águeda repetidas vezes, inventando "vergonhosos procedimentos" que ofenderiam a honra de tal mulher, bem como do marido. Determinou-se que, em 24 horas, Pedro António da Silva deveria assinar um termo de bem viver, e não ofender nem falar, de maneira alguma, a Maria Águeda, marido e restante família. Caso não o fizesse teria de pagar 200 mil réis para obra e ser degredado por 4 anos para África. Pedro António defendeu-se dizendo que Maria Águeda era dada a mexericos e a intrigas entre os vizinhos. Acrescentou que o marido de Maria Águeda tinha inveja dele, pelo facto de o negócio de padeiro estar a correr bem. Tudo o que dissera acerca de Maria Águeda não era mais nem menos o que ela própria dizia à janela, para a vizinhança. Maria Águeda, no entanto, afirmou que o réu chegou a ir a casa de Joaquina Rosa, amiga dela, para lhe pedir que aliciasse Maria Águeda a marcar um encontro íntimo em casa de Joaquina, servindo esta de alcoviteira. Para este fim ofereceu-lhe dinheiro, mas Joaquina recusou. A autora acusou-o ainda de ser difamada pelo réu, ao dizer que ela estava envolvida com um capataz. Consta do processo que a maioria das testemunhas confessou ter sido comprada pelo autor, coisa que o réu procurou provar ao entregar as cinco cartas inclusas no processo.

Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra P, Maço 1, Número 26, Caixa 3, Caderno [1]
Fólios 194r
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

Page 194r > 194v

[1]
Miguel Joze
[2]

Estimo as suas felicidades igual toda a sua familia

[3]
[4]
Snr estou rizolvida a sahir das
[5]
suas cazas pois me asim he nesecario
[6]
pois quem não pode procura mais
[7]
em conta pois me axo na triste situ
[8]
asão de não ter qua meu marido e asim
[9]
relativo a sua renda não porcizará
[10]
ter aflicão pois não faco tenção de a ficar
[11]
car devendo pois espero o meu homen
[12]
nos fims de janeiro q a ha de trazer e
[13]
quando asim não seja eu a pagarei
[14]
se não for todo junto sera a metade
[15]
pois numca fiquei devendo nada
[16]
porem parasendome q o snr fará o favor
[17]
de esperar athe este tempo he o motivo
[18]
por q não dou fogo a alguma couza de
[19]
caza q ainda tenha ese Valor mas falt
[20]
ando eu athe ese tempo darei fogo o q eu
[21]
quizer para completar a minha pala
[22]
vra pois por ora he quem paga sou
[23]
eu o meu marido q tem todo o poder e
[24]
tudo mais he em vão pois ninguem lhe

Representação em textoWordcloudRepresentação em facsímilePageflow viewVisualização das frases