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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1593. Carta de Gaspar Pereira para Henrique Pereira, seu filho.

ResumoO autor refere ao seu filho a passagem por Mogadouro do réu deste processo, Francisco Fernandes.
Autor(es) Gaspar Pereira
Destinatário(s) Henrique Pereira            
De Portugal, Miranda, Mogadouro
Para España, Jaén
Contexto

Quatro cartas foram apreendidas no espólio de Francisco Fernandes, cristão-novo, morador e estudante em Bragança, preso pelos oficiais da alfândega de Bemposta, no Douro, quando este tentava atravessar para Castela na companhia da sua irmã, Ventura Fernandes, e da sua cunhada, Ana Pereira. Viajavam com uma mula e com grande quantidade de haveres pessoais, tal como indica um rol incluso no processo, o que despertou a curiosidade dos oficiais. Ao saberem que eram oriundos de Bragança, onde recentemente o Santo Ofício tinha realizado diversas detenções por judaísmo, tentaram deter Francisco Fernandes, que se pôs em fuga. Foi detido já perto do barco que fazia a travessia do Douro, enquanto ambas as mulheres, que já se encontravam na margem espanhola, retrocederam e se entregaram de livre vontade.Das perguntas feitas pelo corregedor de Miranda, apurou-se que os pais de Francisco e Ventura Fernandes tinham sido levados de Bragança para a Inquisição de Coimbra, onde teriam falecido. O mesmo tinha sucedido ao seu irmão Luís Cardoso, marido de Ana Pereira. Tanto as cartas como os depoimentos dos dois irmãos mostram que tinham a intenção de seguir para Coimbra, mas, chegando a Mogadouro, para onde Ana Pereira havia sido degredada por um ano pelo juiz do fisco de Bragança, esta convenceu-os a rumar a Fermoselhe, em Castela, de onde era natural e onde tinha família.O corregedor de Miranda, por considerar que o caso era do interesse do Santo Ofício, mandou-os presos para Coimbra. A parte processual lá composta inclui diversos treslados dos casos dos seus pais. Também se sabe que Francisco Fernandes foi posto a tormento. O acórdão deu-o como culpado de judaísmo, com dispensa de excomunhão por ter confessado, e confisco dos seus bens.

Suporte duas meias folhas de papel escritas em ambas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Coimbra
Cota arquivística Processo 463
Fólios [16]v e [20]r-[20]v
Socio-Historical Keywords Tiago Machado de Castro
Transcrição Tiago Machado de de Castro
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2013

Page [16]v > [20]r

[1]
vyla frco frz yrmão d ãto frz e saa yrmã e se determinou
[2]
que fosem ãtes por lhe mandou adiamte que
[3]
apresemtar a coymbra como trazyão determynado e
[4]
sayo busquar ordem pa vyr pa estas teras a vemtura
[5]
de dẽs omde achamos qem sempre destes
[6]
ate madryll que veo a ãto frz fo da medyna com estas ate
[7]
madryll e com eles vyerõ ysabel pra e seu jemro e fylhos que
[8]
todos fyqarão em madrill e po la boa companhya detremi
[9]
ney vyese ana pra com eles atyrar de tamta
[10]
como ela qua estava e eu vynha em a ter e
[11]
a qual esta em quasa desde a semana de pasqua de
[12]
ate oje e per ver em sua bondade a mãdo la
[13]
este omde estiverẽ seus qunhados e qunhada as quaes
[14]
com o favor de dẽs e com o voso e de seus qunhados
[15]
que dẽs seyja servydo dar outra ordem de
[16]
não tenhays pena que damdo lhe dẽs
[17]
suas mãos se a de mãter e não vos pese dos qu
[18]
nhados terão qua que dela porque a querem
[19]
que tenhão, E tanbẽ vos diguo que se vos não atreveres
[20]
tam asynha que me mãdeys lycemca com qarta
[21]
pa vosa molher e sogro que vos leve vosa molher
[22]
que eu me ofreco a vola levar la ou vos detremynay de
[23]
e podera ser poys dẽs foy servydo trazer voso qunhado
[24]
desta dor e tyrarvos de ma tera porque nela se não

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