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Maarten Janssen, 2014-

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1576. Carta de Julião da Costa, oficial da Coroa, para Maria de Almada, sua mulher.

Autor(es)

Julião da Costa      

Destinatario(s)

Maria de Almada                        

Resumen

O autor mostra-se confiante quanto à entrada da filha no mosteiro de Chelas. Além disso, dá notícias da sua estada na Índia e faz recomendações à destinatária, sua mulher.
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[1]
Snra

por via da Ilha da madra e do brazill lhe escrevi o q fizera por mill viaz

[2]
se por tãotas me fora posivell e o q agora mais sinto e não no
[3]
poder fazer senão de ano en anno Ate q noso sor me tire
[4]
deste cativeiro ben creio snra q estareis esperãodo novas
[5]
de minha viajen e saude as qs são fazerme noso sor nella
[6]
mtas ms e darnos mto viajen e con saude de todos sen nos
[7]
morer pa nenhũa e viemos A goa en sinqo mezes e mo primro
[8]
q todas as naos/ ainda q não tomamos mosaĩbique mas não
[9]
nos foi nesesario porq nos não falltou nada por aver senpre
[10]
mta agoa pa os pobres e a sobejou mta e galinhas e mtas
[11]
couzas mais e conpartir con mtos q tinhão nesesidade ho q foi
[12]
cauza de noso sor mo acresintar e serto asin paresia
[13]
[14]
fallar en minhas saudades quero escuzar pois e serto q cada
[15]
de nos por sy pode jullgar ho q o outro podia sentir e se
[16]
tãoto A de custar apartarse A allma da carne como a
[17]
custou ese apartamto des aqui e con mta rezão comesso a sẽtir
[18]
e chorar esa teribill ora q lhe pormeto q en tall estremo
[19]
me pos minha vinda q de todo estive detriminado A não
[20]
vir a esta terra e deixar fazda e tudo o mais q della
[21]
pertendia por sra não deixar a vos mas teve tãota forssa
[22]
a nesesidade pa comigo q me fez negar amor e vontade não
[23]
q en se pdese nenhũa destas couzas q digo mas por
[24]
q vivemos de manra neste mũdo q pa nelle viver e ne
[25]
sesario deixar ho omẽ liberdade e võtade propia e entregarse
[26]
no q elle pede e Requere e porq isto não va mais por diãte
[27]
e não mate a anbos escuzo de dizer couzas en q me deleitava
[28]
porq ho tenho por milhor remedio q dizello pois por ora se
[29]
não escuza viver apartado de vossa conpanhia de tão
[30]
dezejada de mto pouqa idade A q furtuna me foi me foi
[31]
senpre tão contraira q me não nada do q tãoto dezeJava
[32]
q ben lhe poso chamar nada pois q eses pouqos diaz q tive con
[33]
vosqo forão senpre tão inquietos e sen repouzo

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