O autor denuncia a Dom Miguel os planos revolucionários de Cândido de Almeida Sandoval e presta-se a espiar pela parte do soberano.
[1] | trinta do mez de Agosto pelas oito horas da noi
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[2] | te, fui procurado por
Candido d' Almeida San
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[3] | doval, para q lhe imprimisse humas
Fabulas
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[4] | q trazia, e tirando d' algibeira o Authógrafo, o
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[5] | lêo, e
vendo eu q as ditas Fábulas continhão prin
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[6] | cipios subversivos, lhe disse q era
muito perigoso
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[7] | imprimir semelhante escripto, e q alêm da dou
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[8] | trina q seguia, o
estylo bem dava a conhecer
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[9] | q era escripto delle Sandoval, e q. tendo
eu
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[10] | assignado termo de não imprimir mais al
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[11] | gum escripto seu, logo
q quebrasse o termo,
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[12] | me comprometteria. Sandoval então de novo
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[13] | instou
comigo, para q copiasse o Original, e
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[14] | o submetesse á Real Commissão
de Censura,
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[15] | para vêr se passava; disse-lhe q sim pa
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[16] | ra o satisfazer; e depois
passou logo a tra
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[17] | tar de materias politicas: dizendo-me que
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[18] | os Constitucionaes
d' Hespanha hião muito bem;
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[19] | e q em Portugal tambem havia grande par
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[20] | tido
constitucional, o qual brevemente appare
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[21] | ceria. vendo Sandoval q eu hia com o q
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[22] | me dizia, declara-se,
e diz-me, q conhecen
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