O autor acusa o destinatário e a Junta a que pertence de terem ordenado a sua prisão, na sequência da Martinhada, por razões opostas ao espírito do liberalismo.
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Illmo e
Exmo
Sr
Tenho a honra de me dirigir a V
Exa como sendo aquelle que
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[2] | aos officiaes de
policia que me conduzirão a esta prizão intimou
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[3] | a ordem da parte do Governo
para eu ser prezo nesta noite.
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[4] | Estou persuadido que deu causa á minha prisão a
carta que no dia
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[5] | 4 do corrente derigi ao Governo, em
q com o respeito devido á digni
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[6] | dade
q occupão os seus membros, e no estilo que
compette a hum
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[7] | homem livre, expuz o meu modo de pensar sobre os
acontecimen
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[8] | tos relativos ao dia 11 de novembro, e qual tinha sido a minha
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conducta.
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[10] |
Desde o dia 14 de setembro me julgo homem livre e estou na
firme
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[11] | resolução de sêllo sempre,
de não ser contado n'hum rebanho
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[12] | de Portuguezes escravos: como homem livre
derigi ao Governo a mi
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[13] | nha exposição, cujas bazes erão factos que o
mesmo Governo no dia
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[14] | 11 sancionára com o seu juramento. Nunca póde ser crime
fazer-se
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[15] | huma tal exposição, pois que não ha hum só Governo liberal em
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[16] | que
aos cidadãos se prohiba manifestar as suas ideas tanto ao poder
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[17] | legislativo
como ao executivo.
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[18] |
Se eu na minha carta tivesse censurado a conducta do
Exercito
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[19] | no dia 11, se eu com razaoens tão fortes como as expendidas nella
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[20] |
tivesse provado (o q era impossivel),
q o Exercito tinha commettido hum
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[21] | crime;
decerto não seria castigado, mas, talvez antes, elogiado;
mas
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[22] |
sou castigado por ter ditto
q o Exercito fez o seu dever, e como
eu
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[23] | penso assim não há prisoens, não ha desterros
q me obriguem a
des
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[24] | dizer-me. Sou castigado do mesmo modo que nos paizes os mais
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