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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1751. Carta de João Pinto de Mesquita, capitão, para Miguel da Vitória, religioso e comissário do Santo Ofício.

ResumoO autor responde ao destinatário dizendo que um terceiro, Anselmo de Campos, se teria ausentado para ir buscar uma certidão a comprovar a morte da primeira mulher.
Autor(es) João Pinto de Mesquita
Destinatário(s) Miguel da Vitória            
De América, Brasil, Ceará, Acaracú
Para América, Brasil, Pernambuco, Recife
Contexto

Anselmo de Campos, morador, juntamente com a sua mulher e filhos, na fazenda de Santa Quitéria, pertencente ao capitão João Pinto de Mesquita, para quem trabalhava como vaqueiro, foi denunciado pela mulher por esta acreditar que ele tinha sido casado uma primeira vez com uma outra mulher, moradora na Paraíba do Norte ou em Alagoas de Pernambuco, e que, estando esta ainda viva, se teria tornado a casar em Acaracú. Anselmo de Campos nada tinha dito à sua segunda mulher, mas esta veio a sabê-lo por algumas pessoas que o conheciam da terra. Confrontado com o facto, Anselmo de Campos tentou viajar com ela para o Maranhão, mas ela não consentiu, dizendo que, se ele quisesse ir, fosse sozinho, porque ela e os filhos ficavam. Apanhando duas cartas de seu marido, em que este falava da sua primeira mulher, entregou-as a frei Miguel da Vitória, comissário do Santo Ofício, como prova do crime de bigamia. Anselmo de Campos, talvez por ter dado por falta das duas cartas, ausentou-se durante uns tempos, sem que ninguém soubesse para onde tinha ido. Estranhando a ausência, o comissário pediu ao capitão João Pinto de Mesquita que o avisasse caso soubesse onde estava o seu vaqueiro. A carta que se encontra aqui transcrita é a resposta de João Pinto de Mesquita. Segundo este documento, a primeira mulher de Anselmo, Josefa Maria, já teria efetivamente falecido.

Suporte meia folha não dobrada escrita no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Caderno 118
Fólios 447 r
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Catarina Carvalheiro
Contextualização Catarina Carvalheiro
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2008

Page 447r

[1]
Mto Rdo Sr frei Miguel da vitoria

Pellos Barcos d agoa das velhas escrevi a vosa Rma

[2]
e dei Reposta a huã q de va Rma tinha Reçebido
[3]
em q me pedia o nome da pra mer de Ancelmo de Campos
[4]
não lho soube dar agora sim por elle ditto o trazer
[5]
em çertidão pasada por india e mina em como
[6]
a mer faleçeo nas alagoas e está emterrada
[7]
com o nome jozefa Maria e não era cativa e
[8]
ra forra e não veio a praiba numqua como di
[9]
zião ou diçerão a va Rma a fujida do ditto no
[10]
so compe foi a buscar a çertidão por lhe anda
[11]
rem metendo medos e não turnou caza
[12]
çem primeiro a hir emtregar ao Rdo cura
[13]
e alguns q dizião era viva ficaram embaçados
[14]
çem terem q dizer nem Responder palabra não
[15]
sei o porq o cazo he q deos nos livre q nos quei
[16]
rão por alguma emfamia
[17]
[18]
Sobretudo estimarei a boa saude de va Rma
[19]
pa da boa q deos me fas mce dispor como mto for
[20]
seu gosto ao q não faltarei como devo,
[21]
Ds gde a va Rma oje Acaracu 11 de 9bro
[22]
de 1751

[23]
De va Rma
[24]
o mais amte venor e Capto
[25]
João Pinto de Mesquitta

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