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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1722. Carta anónima, possivelmente de uma freira, para um padre.

ResumoA autora alerta o destinatário para um caso de feitiçaria.
Autor(es) Anónima50
Destinatário(s) Anónimo350            
De Portugal, Guimarães, Amarante
Para S.l.
Contexto

As cartas relativas a este caso encontram-se em dois livros dos Cadernos do Promotor da Inquisição do Coimbra, o Livro nº 348 ou Caderno nº 51, e o Livro nº 353 ou Caderno nº 56. Fazem parte da denunciação feita a Mariana Josefa, criada de António Luís de Simões, que assistia na casa de António Luís Coelho Pereira da Silva, morador na sua quinta de Simões do concelho de Felgueiras. Mariana Josefa foi acusada de fazer pactos com o Demónio e de aliciar várias pessoas a fazê-lo também. Segundo relatos de testemunhas, o Demónio aparecia sob o disfarce de um mancebo bem trajado e, na companhia da dita Mariana, obrigava a fazer um escrito em que a pessoa prometia falar com um mancebo, Asmodeu, sem saber que ele era o mesmo Demónio. As vítimas perderiam a memória do sucedido e só através de confissões e comunhões, que depois faziam na igreja, é que começavam a lembrar-se dos pactos e dos males.

Suporte quarto de folha não dobrada, escrito apenas no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Coimbra
Cota arquivística Caderno 51
Fólios [431a] r
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Clara Pinto
Modernização Clara Pinto
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2008

Page [431a] r

[1]
J M J

Meu Carisimo Irmão

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e Snor vejo se me defi
[3]
culta o zellos a vosas pa
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ternidades con a bervida
[5]
de q dezijava e por esta
[6]
rezam me rezolvo a escre
[7]
verlhe o q so era pa dizer
[8]
no confiseonario o portador
[9]
desta he meu paii elle não sa
[10]
be nada do que nella quero
[11]
dizer nesta comarca de
[12]
gimarais ha gente q tem fe
[13]
to pato com diabo q lhe cha
[14]
mão asmodeu e mta gente
[15]
sem o saber antra neste
[16]
pato chega esta peste a al
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guãs pesoas do porto e de
[18]
aveiro mtas de gimaraes
[19]
como este diabo he au
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da lixuria por vertude destes patos entram homeis em algus
[22]
conventos de freiras e emtrã molheres em conventos de frades
[23]
Anto Luis de Simois tem em Caza huã Mossa q chama maria
[24]
na grande Mestra destas Coizas digo isto pa q vosas pater
[25]
nidades vam podendo ser pregar algua Igreja q fique
[26]
perto desa Caza pa ver se he Ds servido mover alguas
[27]
pesoas de lla a irem confesarse Com v p eu avmando ate tersa
[28]
feira a Unhão dizer ao reitor aonde v p esta q he omem de
[29]
vertude e a de puxar a v p aonde seja conveniente pa
[30]
este particular Chamase joão Roderiges Rato tem em huã
[31]
Igreja aneixa parico de vertude e neses oredores ha des
[32]
ta gente q digo queime v p logo esta q a não veja gente algu
[33]
a emcomendeme a Ds e lhe gde a V p como lhe peso pa lhe fazer
[34]
mtos servissos Amarante 10 de 1722

[35]
Criada de V p

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