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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1797]. Carta de Bento Varedas para Dom João de Almeida de Melo e Castro, diplomata.

ResumoO autor comenta a receção em Portugal da notícia do tratado de Paz com a República Francesa.
Autor(es) Bento Varedas
Destinatário(s) João de Almeida de Melo e Castro            
De Portugal, Lisboa, Palácio de Alorna
Para Inglaterra, Londres
Contexto

João de Almeida de Melo e Castro (1756-1814), o 5º Conde das Galveias, foi um dos diplomatas portugueses que, dada a natureza pluricontinental da monarquia, tinham de usar de toda a habilidade para gerir a “ambiguidade” resultante junto dos governos das potências que se relacionavam com o gabinete português. Este membro da Casa Galveias (fundada no século XVII por Dinis de Melo e Castro) foi ministro de Portugal em Londres, no que sucedeu a Cipriano Ribeiro Freire, e também em Haia e Roma. Foi embaixador em Viena de Áustria e, em 1801, ministro dos Negócios Estrangeiros, cargo do qual foi demitido em 1803. Em 1812 foi para o Rio de Janeiro, tendo sido ministro da Guerra e dos Negócios Estrangeiros, e, interinamente, da Marinha e Ultramar. Foi oficial-mor da Casa Real, couteiro-mor da Casa de Bragança, conselheiro de Estado, membro do Conselho da Fazenda, presidente da Junta da Fazenda dos Arsenais do Exército, comendador de São Pedro de Alhadas, da Ordem de Cristo. Casou com D. Isabel José de Meneses, mas deste casamento não houve geração. Em consequência disso, o 6º Conde das Galveias seria o seu irmão, Francisco (1758-1819).

Bibliografia:

Schedel, Madalena Serrão Franco. 2010. Guerra na Europa e interesses de Portugal: as colónias e o comércio ultramarino. A acção política e diplomática de D. João de Melo e Castro, V Conde das Galveias (1792 -1814). Tese de Mestrado, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Arquivo Nacional da Torre do Tombo (http://digitarq.arquivos.pt/details?id=3910101)

Sobre o Tratado de Paz a que se refere o autor desta carta, trata-se de uma negociação feita em Haia a 10 de agosto de 1797 entre António de Araújo de Azevedo e o Directório de Paris. Envolvia um pagamento a França de dez milhões de libras tornesas e o compromisso de não permitir a entrada nos portos portugueses a mais de seis navios ingleses.

Bibliografía:

Brazão, Eduardo (1940), Relance da História Diplomática de Portugal, Porto, Livraria Civilização.

Suporte uma folha de papel dobrada, escrita na primeira face.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Arquivos de Família
Fundo Casa dos Condes de Galveias
Cota arquivística Maço 9, 3, 7,, Varedas
Socio-Historical Keywords Rita Marquilhas
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Rita Marquilhas
Modernização Rita Marquilhas
Data da transcrição2009

Page [1]r

[1]
Illmo e Exmo Snr

A noticia da paz, entre Portugal, e a Républica...

[2]
cauzou aqui huma viva sensação nos negociantes Portugue-
[3]
zes; fez-lhes esquecer o papel sellado, e consolou-os da per-
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da dos seus navios: A feitoria Ingleza ficou estupe-
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fata: pareceolhe fabola: nenhum discurso a pode conso-
[6]
lar das inquietaçoens em que se achão os individuos que a com
[7]
poem: O ministro Portuguez que ajudado da Snra da
[8]
Nazareth, fez este milagre, he hoje, o Sto da nossa
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maior devoção!

[10]

O meu maior dezejo seria hir eu mesmo aos pés de

[11]
V E murmurar mte de coizas... porem, acho que só-
[12]
mente o querer bem não he titulo bastante para se apre
[13]
zentar huma pessoa desconhecida: entretanto, rogo
[14]
a V E queira aceitar, com toda a sinceridade o respeito,
[15]
e veneração com que sou de V E

[16]
o mais firme, e leal criado
[17]
Bento Varedas
[18]
Lisboa
[19]
26 d' Agosto
[20]
Hotel d' Alorna

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