O autor, sob falsa identidade, repreende o seu irmão quanto à sua atitude de abandonar mulher e filhos.
[1] |
Muito sobresaltado fiquei com hũa carta q me mos
|
---|
[2] | trarão de vm, que pareçe, q ou vm não entende
|
---|
[3] | ou está cego, pello q tanto vai a todos, e o q vai
|
---|
[4] | em vm se resolver em não pareçer, pois o pe
|
---|
[5] | rigo esta certo, q disse cristo na boca de dous
|
---|
[6] | ou de tres esta toda a pallavra, e quem foi tão
|
---|
[7] | vertuoso q o alcancou devia dar mtas graças
|
---|
[8] | a ds, e buscar remedio e não lhe lembrar molher
|
---|
[9] | nem filhos, q não he isto com q se a de zombar
|
---|
[10] | e o perigo he certo, e certissimo, não ha filhos nẽ
|
---|
[11] | molher nem pobreza q detenha vm esta amoesta
|
---|
[12] | do, e avizado bom hé não, aguardar lhe digão
|
---|
[13] | maes; q a vm a sua molher e filhos ha ds de
|
---|
[14] | remedear, q ca não ha com q q levou ds sua
|
---|
[15] | cunhada e ficou a casa de todo acabada, e quando
|
---|
[16] | possão assim farão mto, e comtudo, farsea o que
|
---|
[17] | se puder fazer, sem q se falte em nada e vm
|
---|
[18] | não tem q esperar senão a caida do ceo, Avizo
|
---|
[19] | porq importa fazello, e se vm o não faz dara lar
|
---|
[20] | ga conta a ds q lha tomara mui estreita ds gde
|
---|
[21] | vm mtos annos Lxa 15 de Junho de 627
|
---|
[22] | annos
|
---|
[23] |
João de Borba Rollão
|
---|