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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1760-1770]. Carta de [Gertrudes Maria da Conceição] para Francisco Pedro Vital.

ResumoA autora dá indicações para futuros encontros.
Autor(es) [Gertrudes Maria da Conceição]
Destinatário(s) Francisco Pedro Vital            
De Portugal, Lisboa
Para S.l.
Contexto

Quando era muito jovem, Gertrudes Maria da Conceição contraiu esponsais com Francisco Pedro Vital, um soldado de cavalo do Regimento do Príncipe. Tempos mais tarde, tentou contrair esponsais noutra freguesia de Lisboa, e também em Almada, com Epifânio José Barbosa, calafate, natural de Lisboa (freguesia da Pena) e morador no sítio da Piedade, Almada, que era como ela menor de idade.

Conhecendo estes factos, o primeiro pretendente interpôs um impedimento contra tal união, colocando Epifânio na mira dos ministros da Cúria Patriarcal. Francisco moveu ainda contra Gertrudes um libelo matrimonial a fim de com ela casar, juntando como prova aos autos as "cartas amatórias" que, supostamente, ela lhe tinha enviado, atestando as suas juras de amor. Reivindicava assim o seu direito de contrair matrimónio com aquela jovem, muito embora ela tivesse atestado que conseguira a suspensão dos esponsais, estando livre e desimpedida.

Efetivamente, através de uma sentença cível de resistência, quitação e remissão de esponsais, Gertrudes alcançou a dissolução do impedimento movido por Francisco, conseguindo mesmo uma sentença para Epifânio se casar com ela no prazo de vinte dias, estando, caso contrário, sujeito a pena de prisão. Epifânio foi então notificado pelo Escrivão dos Órfãos Ausentes e Dementes de Almada a 28 de abril de 1771. Ao saber que ela já se tinha comprometido antes com outro homem, moveu uma petição de recurso, por forma a não ser obrigado a receber Gertrudes Maria por esposa, num processo que se arrastou pelo menos de 1770 até 1773.

As cartas inclusas neste processo atestam o declarado e público envolvimento dos primeiros esponsais, constituindo prova não só a favor de Francisco Pedro, como ainda servindo a Epifânio de argumento para o seu embaraço em se casar com aquela mesma mulher.

A presente carta contém várias referências histórico-geogáficas: Rua da Rosa (Bairro Alto), próxima da morada de Francisco Pedro Vital; Convento dos Caetanos (freguesia de Santa Catarina), edifício do século XVII; Igreja de Santa Isabel, na freguesia do mesmo nome (ao Rato), travessa de Santa Quitéria, arco (imediações da igreja e daquela travessa); usos e costumes: novena, missa e cumprir a penitência; e profissões antigas: passamaneiro.

Suporte um quarto de folha de papel não dobrado, escrito no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Fundo Geral
Cota arquivística Letra E, Maço 76, Número 586, Caixa 8165, Caderno [8]
Fólios [13a]r
Socio-Historical Keywords Ana Leitão
Transcrição Cristina Albino
Revisão principal Cristina Albino
Contextualização Ana Leitão
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2012

Page [13a]r

[1]
Meu adorado bem e Meu alivio

não serve esta sinão a dizerle q aMan

[2]
he vo todo o dia para Rua da Roza
[3]
para caza do pacamaneiro de tar
[4]
de ha de hir a roza buscarme sedo pa
[5]
ra hir a novena os catenos mas não
[6]
sei s a mem vai comigo hida q ela va
[7]
comigo não emporta não dexe de hir
[8]
caza do barbero para eu ver se ta ca
[9]
o se ta i beblem i se tever ca va a nove
[10]
na q eu la he de hir domingo q vei eu
[11]
he de hir a miza a senta sabel q vou hu
[12]
ms primos meus esta a miza do dia pa
[13]
ra compri a pitencia eu vo ver asim
[14]
quero que vmce va tombem isper
[15]
e pro mim aquele arco q esta antes
[16]
s di xirgar a terveza de senta
[17]
qitera não falte isisto he a ida par
[18]
a la q eu la hei de hir o mais tarde o ma
[19]
is sedo espere pro mim adeos atem aman
[20]
he de tarde

[21]

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