A autora pede que o destinatário tenha piedade de uma freira que, em seu entender, foi injustamente denunciada. Elenca uma série de factos que atestam ter aquela mulher sido vítima de falsos testemunhos por parte dos seus inimigos. Explica igualmente as razões que geraram o conflito entre as partes.
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he tã grãde ha fama da vertude e zelo e carida
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[2] | de de vosa merse q iso me deu animo pera fazer esta
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[3] | e pedir por ha paixão des ponha hos olhos de pia
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[4] | dade ē rafaela de s antonio pera ha mãndar tratar
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[5] | bē e alumiála porq tē muitas enemigas e depois
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[6] | q hae sta se descubrirão mtas ela não caira em quē
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[7] | a culpou porq ca se mostravã suas amigas e ter
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[8] | lheiã feito mto mal porq como souberã q ela fora
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[9] | ha q acuzou ē segredo ha mor parte da fazēda
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[10] | e ouro e prata q ficou nesta casa de lopo diz e seus
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[11] | filhos ao fico e a poder d escumunhõs a tirarão da
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[12] | mão destas enenimigas a que ficou ētregue esta
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[13] | mina porq a não gastarão lhe tomarão tão
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[14] | grãde odio e detreminãcão i vingarse dela e
a
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[15] | cumularãose todos pelo todos seus parētes
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[16] | pera lhe fazērē mal porq quãdo a prēde
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[17] | rão todas as q ca estão folgarão por o
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[18] | mau trato q se lhe dava porq sēpre
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[19] | lhe dava mas novas das da nasão seus parētes
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[20] | delas fazias desatinar ela não falava ē ne
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[21] | nhũ ne cõversava cõ as da nasão eles e las
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[22] | lhe tinhã tão grãde odio q nos faz pareser
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[23] | q por se vingarē dela a culparão tã
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[24] | bē hũ rimão conigo la de cũbra q chão
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