O autor, residente no Cairo, dá cabais informações ao embaixador português em Roma: refere-se longamente a assuntos de política, viagens, comércio e relações pessoais.
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[2] | aviso a vs da mta quantidade d espeçias q aos
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[3] | o estreito os dous anos passados veo e se espera
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[4] | ainda este, e quero crér q tanta copia como aquí
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[5] | vejo vir não podera passar sem consentimto dos que
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[6] | aqllas partes governão/ e crea ser mto mais do que
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[7] | nas passadas tenho dito poq cada dia entrão neste cairo ca
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[8] | ravanas do tór e cóçer e não trazẽ outra cousa que
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[9] | espeçias e tenho sabido serem entradas d hũ anno
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[10] | a esta parte neste cairo çínquoenta mil quintães
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[11] | d espeçias de toda sorte e o mais hé pimẽta, cousa q
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[12] | não sei eu se a vs parescera fabulosa/ mas já
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[13] | pode sér que o q direi lhe dará algũa cór de verdade/
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[14] | A renda desta speçia estava agora faz tres annos em
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[15] | cem saccos (tem cada sacco seiçentos e vinta çinquo
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[16] | cruzados) e de dous anos a esta parte arribou a
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[17] | duzentos e çinquoenta saccos em tres anos/ e assi
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[18] | A renda d Alexandria estava em trezentos saccos e
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[19] | po causa da mta quantidade de pimẽta q na terra
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[20] | há arribou a quinhentos saccos em tres annos/
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[21] | ora veja vs esta puia a qual não seria se a
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[22] | mta copia d espeçias não fosse, as naos venezea
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[23] | nas q ao porto d Alexandria vẽ não levão outra
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[24] | cousa q espeçias e se as não ouvesse nhũa entraria
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[25] | nelle/ e o mesmo digo das de frança/ eu não sei a causa
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[26] | por q s Al permite q os mercadores da india tratẽ
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[27] | neste estreito pois disso lhe vẽ grande dãno// não
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[28] | seria mto milhor q pois as naos q ao estreito vẽ partẽ
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[29] | dos portos de s Al ou donde ao menos os podẽ obriguar
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[30] | q s Al quizer ordenar q nhũa nao sob pena
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[31] | castigo entrasse neste estreito/ e quẽ quizesse/
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