PT | EN | ES

Menu principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1673. Carta de Manuel Ferreira, padre, para a sua prima, Luísa Ferreira.

ResumoO autor conta à prima que o primeiro marido da irmã desta ainda se encontra vivo e é pescador.
Autor(es) Manuel Ferreira
Destinatário(s) Luísa Ferreira            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Este processo diz respeito a Maria Ferreira, cristã-velha de 50 anos de idade, filha de João Mendes (alfaiate) e de Catarina Ferreira, natural de Lisboa e moradora no Chão do Loureiro (freguesia de São Cristóvão, Lisboa). Foi acusada de bigamia pela Inquisição por se ter casado duas vezes quando ainda estava vivo o seu primeiro marido. A ré, casada com João André (siseiro), casou com Domingos Ribeiro (criado de pé do Visconde de Ponte de Lima) e, depois de este ter falecido, com António Rodrigues (criado da condessa da Palma). Foi presa a 21 de junho de 1673 e condenada a abjuração de leve, açoitamento pelas ruas públicas de Lisboa, sete anos de degredo no Brasil, cárcere, arbítrio e penitências espirituais.

Luísa Ferreira, irmã da ré, era casada com Luís de Araújo (criado de Dom António de Melo Fernando), o qual denunciou a cunhada ao padre António Dias da Costa, clérigo do hábito de São Pedro. António Dias da Costa, por sua vez, pediu a Luísa Ferreira que escrevesse ao padre Manuel Ferreira, seu primo e de sua irmã, para averiguar se o primeiro marido da irmã ainda estava vivo. A carta transcrita é a resposta a essa carta e foi oferecida à Mesa da Inquisição. Nela pode ler-se que João André se encontrava ainda vivo a trabalhar como pescador na vila da Sertã. Luísa Ferreira avisou a irmã e disse-lhe que se apresentasse na Inquisição ou então ela seria obrigada a denunciá-la, mas a irmã não fez caso. Assim, Luísa Ferreira e o marido pediram ao padre António Dias da Costa que denunciasse o caso à Inquisição.

Suporte meia folha de papel não dobrada escrita apenas no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 73
Fólios 9r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2299943
Socio-Historical Keywords Maria Teresa Oliveira
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Raïssa Gillier
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Raïssa Gillier
Data da transcrição2014

Page 9r

[1]
snra Luisa Frra

Mto estimarei huma q de Vm re-

[2]
cebi por ser cousa q mto tempo ha
[3]
que desejava alcancar sendo q boas
[4]
delligensias lhe tenho feito a mto
[5]
tempo e so agora me veio esta a mão
[6]
q foi pa min grande allivio por nella
[7]
me rellatar passava e pessuia boa saude
[8]
e o snor Luis de Arahujo a quem me re
[9]
comendo com mil lembransas e minha
[10]
may fas o mesmo assim a Vm como a
[11]
elle e toda a ssaude q pessuimos sera pa
[12]
empegar em cousas do servisço de Vms
[13]
Respondo ao q Vm me pergunta na q
[14]
me escreveo o João André inda he vivo
[15]
e assistente na Villa da Sertãa, e athe gora
[16]
foi siseiro e he grande pescador e disso
[17]
vive e isso he o q se passa neste caso como
[18]
juis e verdadeiro Amiguo e parente e
[19]
assim me dara mtas lembransas assim
[20]
da minha parte como da de minha
[21]
may a ssua irmãa Ma Fra, e a todas as
[22]
mais irmas. sua irmãa lhe manda
[23]
mtas lembransas e veram Vms se ha alguma cousa nesta terra
[24]
de seu serviço que o farei como devo A quem Des gde passaria de
[25]
Abril 13 de 1673

[26]
Primo e Capellam de Vm o pe Manoel Ferreira

[27]

Representação em textoWordcloudRepresentação em facsímilePageflow viewVisualização das frases