O autor lamenta-se pela separação da sua amada e amaldiçoa quem os apartou. Verseja sobre a sua sorte.
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Amada Filha desta alma, lembrame, q a ouvia cantar= Mal
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[2] | haja qm inventou no mar andarem navios ; pa padecer agora
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[3] | saudades, e desvios=. Eu não rogo pragas, Ds me livre: mas di-
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[4] | go, q hé homicida qm inventou tal viage. Eu lhe confeço ma ver
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[5] | de q ja não poso com isto, tem-me custado gotas de sangue. Eu qdo
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[6] | a vi noutro dia, pareciame de verde; q ha hũ ano, q não via, nem
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[7] | me parecia, q me podese fartar de a ver; mas agora qdo a vir
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[8] | me ha de parecer, q ha cem ans a não vejo. Acrediteme, q ando
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[9] | a modo de pateta, q não sei q me falta; em huã palavra isto
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[10] | custa mto, e so por N Sr se pode levar. Olhe se eu apanhase aque
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[11] | la velha enfeitada q he cauza de tantos distroços, havialhe dizer, q
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[12] | se não sabia a qtas vidas dava golpes, não metese a faca. Emfim
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[13] | quero chorar ma desgraça
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[14] | Pois logrado me fazia,
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[15] | o q desfaz longe o amor.
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[17] | Qm sincero mto amava;
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[18] | Ma ventura igualava,
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[19] | Quanto dizer eu não sei,
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[21] | Agora, prantos, e dor;
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[23] | Com perder em qm vivia.
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