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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1596. Carta de Diogo da Horta, mercador, para António de Melo, solicitador de causas.

ResumoO autor dá instruções relativamente aos sinais de que o destinatário se deve socorrer para lhe transmitir informações sobre a prisão do irmão.
Autor(es) Diogo da Horta
Destinatário(s) António de Melo            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Diogo da Horta e o seu irmão, Fernão da Horta, foram acusados de judaísmo e presos pela Inquisição de Lisboa. Diogo da Horta (Proc. IL 229) foi o primeiro a ser preso, a 05/03/1596. Da prisão escreveu duas cartas em pedaços de tecido. Contudo, António de Melo, que estava preso por se fazer passar por familiar do Santo Ofício e por "passar recados dos presos", denunciou-o entregando as cartas como prova na Mesa do Santo Ofício. De acordo com o testemunho deste denunciante, Diogo da Horta "fez os ditos panos de uma toalha da Índia que o dito Diogo da Horta tinha no seu fato e [ele, António de Melo], lhe viu fazer a tinta de vinagre e de fumo da candeia que tomava em uma telha e fez a pena de um pau de vassoura e..." coseu os ditos panos entre o forro dos calções de António de Melo.

Depois da entrega das provas à Inquisição, Fernão da Horta (proc. IL 12087) foi preso, acusado também de judaísmo. Do seu processo constam mais duas cartas, que foram entregues na Mesa do Santo Ofício pelo correio-mor em agosto de 1597. Tinha-as recebido de Duarte Gonçalves da Horta e de Filipa Gomes, seus tios, cristãos-novos, que tinham saído de Portugal e viviam em Veneza.

Suporte um pedaço de pano, escrito no rosto e no verso.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 229
Fólios 112Dr-112Dv
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2300100
Transcrição Teresa Rebelo da Silva
Revisão principal Catarina Carvalheiro
Contextualização Teresa Rebelo da Silva
Modernização Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2015

Page 112Dr > 112Dv

[1]

memoria pa o snor Anto de melo

[2]
levandoo ds fora daqui como cõfio sera mto sedo
[3]
ira a minha caza e fara o q lhe tenho dito compr
[4]
ara pente q paresa velho se achar meu
[5]
Irmão morto quebrara canto dele e mandarmo
[6]
ha se meu Irmão estiver prezo pora 2 Raias de
[7]
alto baxo no pente de cada banda hũa ao cõpri
[8]
do e se estiver solto tendose ja acuzado
[9]
antes de ter o avizo q lhe mãodo pora hũa a
[10]
Raia somtes ao conprido e se estiver solto
[11]
dandolhe meu recado pora atravesa
[12]
do hũa Raia e afora Isto fara ho da

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