O autor suplica ao seu advogado que lhe dê instruções sobre como agir
pois foi preso e quer-se confessar à Inquisição.
[1] | nos mal e ficar livre e mais onrado e se contudo vm
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[2] | sinte q nẽ tudo esto cõforme ao estilo e ordẽ me he bas
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[3] | tante pa deixar de ser prezo, me escreva logo de qual
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[4] | outra letra quãodo se não fie da sua o q lhe parese
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[5] | e o q devo fazer pa quãodo me ca vir prezo saberme
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[6] | governar e o q mais me aflige he q não sei se
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[7] | chegara a emformasão do ouvidor juntamte cõ
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[8] | o precatorio a emquisisão e q por me tomar esta
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[9] | confisão em tempo de ja prezo pella justica por esta
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[10] | sospeita de dizer q hia fogido me não valha
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[11] | pa ficar boa a cõfisão e solto suposto a enquisisão
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[12] | inda não tenha cansado mão de mĩ nem cons
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[13] | te eu aver fogido pois hia cõ hũ precatorio a
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[14] | galiza e me não acharão fora do caminho an
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[15] | tes se eu fora fogido não fora cõ elle justificalo
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[16] | pesoalmte a caza dos ofisiaes de justica este a
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[17] | vizo de vm espero pella posta, e no demais da
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[18] | petisão q vm num pensamto encaminhe a minha
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[19] | molher pa em meu nome a levar e o q a de fazer
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[20] | cõ sem mil setas q me ficão a sete o
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[21] | corasão tremendo como varas verdes esperãdo
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[22] | reposta de vm e ordẽ pa me levarẽ ao mar e rio
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[23] | de q des o livre e a todos de tão grande mal
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[24] | do negosio q sobre isto se espera de madril
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[25] | me avize e não se emfade e cõpadesa se pois
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[26] | sabe tão grãode mal e o q este dezaventurado
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[27] | ficara padesendo, deste inferno
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[28] | dezavĩturado q nũca nasera
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[29] | Rui frz de Castanheda
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