O autor dá notícias sobre diversos acontecimentos, factos para os quais pede ao destinatário o máximo silêncio. A primeira parte da carta é dedicada à situação da casa do senhor Mendo Fóios, onde se encontra um mordomo-correeiro pouco sério.
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q esta enfermidade não fose
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[2] | tão larga, e porq me achava
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[3] | em comvalesensa em a qual
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[4] | me hera neçessario fazer mais
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gasto lhe pedia me mandase
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[6] | asistir da cozinha pa ajuda
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[7] | de convaleser. Respondeo
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[8] | q me desem tudo o q
me fose ne
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[9] | cessario: esta suplica lhe
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[10] | fiz porq me diserão q estava
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[11] | enfadado comigo por eu não
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[12] | haver querido açeitar
o q me
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[13] | mandava dar, por e eu por
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[14] | saber se era asim, e se per
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[15] | sestia no mesmo emfado lhe
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[16] | fiz
fiz esta suplica para q
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[17] | em cazo q eu não me manda
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[18] | se dar nada me mudar de
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[19] | caza, porq
não era rezão q
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[20] | eu estivese aqui comendo a
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[21] | minha custa, e com sua reposta
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[22] | fiquei sosegado, e me deixei
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[23] | ficar.
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[24] | Sem embargo
q eu em
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[25] | o papel q lhe escrevi dava
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[26] | aquela disculpa porq não havia aseitado, não
era aquela a cauza. a cau
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[27] | za era, porq aseitando eu a primeira vez a comida q mandava dar, vi
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[28] | q o picaro
do corrieiro q he o q governa, me mandou ao jantar meijo a
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[29] | Ratel de carneiro sem mais
pam, e a noite não mandou de sear couza
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[30] | nenhua, como vi isto ao outro dia vindome perguntar q queria ian
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[31] | tar, e isto as duas horas
depois de meio dia, lhe Respondi q nada, elle
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[32] | gostou mto e não me mandou couza nenhua mais, nem entrou mais
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[33] | a verme sendo q o sor Mendo foyos me veio a ver sinco vezes o
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