O autor dá conta de vários casos de superstição de que tem notícia, ocorridos na vila de Sendim e arredores.
[1] | q a mer e fa as tomavão sem elle saber e elle q as não ti
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[2] | nha tomado os annos antes e dantes e todos dizem mal
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[3] | delle e nunca se confessa senão hũa vez no anno e iso no
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[4] | fim, e o anno passado q tomei por trabalho examinar a
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[5] | todos da doutra e andou a pratica athe depois da pascoella
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[6] | sem xaber o credo e os misterios principais da nossa sta feé
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[7] | rezão por onde desconfio q elle dicesse e sentisse mal das
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[8] | bullas e das suas graças. Athe que eu agora em nome
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[9] | das ptes Anna da Fonca mer de Mel Simão de sendim me pedio
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[10] | avizasse ao sto offo q Ma Frz de alcunha a maricota mer de Mel
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[11] | de Almda de Cabris tinha fama de feiticeira e q curava
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[12] | com pallavras, q lhe curara hũ fo q se lhe queimou com hũas
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[13] | pallavras q lhe dicera logo ficara são, e a hũa fa lha curara
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[14] | tambem de hũ achaque dando com ella hũas vellas com
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[15] | as pernas pa sima dizendo hũas palavras mas q não sabia
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[16] | q pallavras herão esta maricota so eu a denunciei em
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[17] | nome de Ma Soeyra mer de Berndo de Mages por semelhantes
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[18] | curas. Anna fa de Simão Franco de Sendim dice sabia q a mesma
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[19] | Maricota curara com pallavras e em certos dias determinados
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[20] | a hũns fos ou nettos de Ma da Silva da mesma villa. Ma fa do mesmo Simão Franco tambem dice sabia o mesmo
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[21] | q sua Irmã. Mais diçe q Das Martins da mesma villa
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[22] | tivera sempre fama de feiticeira, e q seo pai tivera em hũa
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[23] | ocazião com ella hũa pelleia sobre hũ tributo q lhe lancara
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[24] | e ella logo o ameaçara e com efeito lhe fizerão logo feiticos
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[25] | q lhos curou hũ clerigo das chãns com exorcismos, e faltan
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[26] | dolhe nessa ocazião huns pedacos de pano sua mai os fora
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[27] | achar dentro de hũa feronha cheios de penas e cozidos com
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[28] | fiado cru. Joanna valenta mossa soltra moradora nesta villa
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[29] | dice q andando mto doente suspeitando serem feiticos, a sobre
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[30] | dta sobre dta maricota sem ella a consultar, mas de crioza perguntan
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[31] | dolhe como estava lhe aconcelhava foce o rio onde se a
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[32] | juntavão as agoas em crus, e do sirco q a agoa tivesse junto
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[33] | enchesse hũ saco, e q botasse hũ pouco no lume com hũ grão
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[34] | de e se defumasse nelle q fizesse isto sinco vezes ou
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[35] | sete de noute q fosse por e q logo havia de saber q mal hera
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[36] | o seo pa se lhe procurar a cura, mas ella como vio aquellas
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[37] | circunstancias, e q não havia de ser qualquer sisco senão da
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[38] | quella pte; q desconfiara e não fizera tal, mas veio ter comigo
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[39] | q lhe lesce os exorcismos, e sarou. Das da Trinde de Aldea dice q hũa sua vezinha Ma
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[40] | Barradas mer de Miguel Dias tinha fama de feiticeira
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