PT | EN | ES

Menu principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

1720. Carta de Manuel da Anunciação, pároco, para um Inquisidor do Santo Ofício.

ResumoO autor dá conta de vários casos de superstição de que tem notícia, ocorridos na vila de Sendim e arredores.
Autor(es) Manuel da Anunciação
Destinatário(s) Anónimo508            
De Portugal, Pinhel, Sendim
Para Portugal, Coimbra
Contexto

Dentro do fundo do Tribunal do Santo Ofício existem as coleções de Cadernos do Promotor das inquisições de Lisboa, Évora e Coimbra. O seu âmbito é principalmente o da recolha de acusações de heresia. A partir de tais acusações, o promotor do Santo Ofício decidia proceder ou não a mais diligências, no sentido de mover processos a alguns dos acusados. Denúncias, confissões, cartas de comissários e familiares e instrução de processos são algumas das tipologias documentais que se podem encontrar nestes Cadernos. Quanto ao crime nefando e à solicitação, são culpas que não estão normalmente referidas nestes livros.

Suporte duas folhas de papel dobradas, escritas no rosto e no verso
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Coimbra, Cadernos do Promotor
Cota arquivística Livro 340 (Caderno 43)
Fólios 140r-v, 141r-v
Socio-Historical Keywords Rita Marquilhas
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Leonor Tavares
Data da transcrição2007

Page 140r > 140v

[1]

Meo amo e meo Sr a saude de VM estimarei como

[2]
o mais empenhado e q se queira servir da minha pte
[3]
tenha algum prestimo.

Meo Sr perdoeme esta molestia q pela vossa ami

[4]
zade me atrevo mais com VM do q com todo o tribunal
[5]
Domingo ia da quaresma repeti a publicação do edital
[6]
desse sto Tribunal como nele me he mandado, e o expliquei
[7]
comforme a minha intelligencia; e do pulpito declarei no
[8]
discurco do sermão o q pude asim fazer pte da obrigação
[9]
de denunciar como de meio pa isso q mta gente ignorá
[10]
va asim hũa com outra couza, donde tem rezultado
[11]
mta gente o encarregarme o onus de delatar o q sabem.
[12]
e asim peso a VM q o q pertençer a esse rectissimo e sto tribunal
[13]
o haja por delatado, ao q não pertençer me releve pelo q lhe
[14]
meresso por amo

Pramte ha nesta minha frga huns peccadores cujas cul

[15]
pas não sei se pertençem ao Sto offo porq bem ponderados pare
[16]
sem suspeitos e sentirem mal das censuras. hũa joanna
[17]
Pinta de Aldea está excomungada ha tres ou coatro annos poré
[18]
com alguns recurcos, se bem he sem qontumacia porq he
[19]
por dro de hũa condenação, e ella não tem nada de seo
[20]
e tem la quando quer fazer Çessão de Bens, e não lhe querem
[21]
Deferir.

Luis de Mages fo de Berndo de Mages do mesmo lugar de Aldea

[22]
tratou de se casar com hũa mossa contra vontade de ses pais
[23]
sahiolhe este malliciozamte q tinha acistido em o Cotto das
[24]
Salzedas e hindo la os banhos fes com hũa mossa de q lhe
[25]
sahisse o q tudo la se julgou por falco, nasceo daqui intentar
[26]
o mosso cazarsse clandestinamte nullo, motivo por q o pai o
[27]
dezerdou; denuncieio ao perlado, sentençiousse ha dous annos
[28]
com excam Rezervada e pena pecuniaria e degredo, declarousse
[29]
e acim está so o anno passado pela pascoa tirou recurco pa
[30]
se confessar, fas tam pouco cazo das censuras q tem dado
[31]
em algumas pessoas por se desviarem delle e negarenlhe a co
[32]
municação; e pa q elle não caze com a mossa o levou seo pai
[33]
outra vés pa caza, e o trata e comunica, sem o querer tirar
[34]
das censuras sendo rico, antes desprezandoas com escandal

Representação em textoWordcloudRepresentação em facsímilePageflow viewVisualização das frases