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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1588]. Carta de autor não identificado para destinatário não identificado.

ResumoA autora narra como examinou e o que encontrou no corpo de uma ré marcada com sinais de iconografia religiosa.
Autor(es) Anónimo465
Destinatário(s) Anónimo466            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Lisboa
Contexto

Carta integrada no processo de inquisição de Ana Rodrigues, de 50 anos, freira professa na Ordem Terceira de São Francisco. A freira fingira ter revelações e simulara receber sinais no corpo, que depois confessou terem sidos feitos por ela própria. O sumário deste processo, com descrição rigorosa dos factos, encontra-se entre os fólios 82r e 89r

A carta encontra-se numa etapa do processo em que foram feitos exames e perguntas à ré, e não fica explícito quem foi a autora ou o destinatário.

Num extenso apontamento processual "Feito pera se entender esta carta", faz-se nova descrição da localização dos sinais de Ana Rodrigues e das figuras que ficaram impressas nos moldes de cera que lhe foram postos. No primeiro molde ficou o nome de Jesus; no segundo um Cristo na cruz; no terceiro apenas uma cruz "muito formosa".

Suporte uma folha de papel dobrada, escrita nas duas primeiras faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 11131
Fólios 25r-25v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2311315
Socio-Historical Keywords Tiago Machado de Castro
Transcrição Tiago Machado de Castro
Revisão principal Clara Pinto
Contextualização Tiago Machado de Castro
Modernização Clara Pinto
Data da transcrição2016

Page 25r > 25v

[1]
[2]
jhs

aqela devina paz haqui a sonbra se pasão suavemẽte os pezos

[3]
da vida esta senpre n alma de vosa s, mãodar me e hobedecer
[4]
e servir, me deu forças faltãodome ha muitos dias e mto
[5]
mais as q pa tamanha couza screverẽ, mas ha obidiẽcia me
[6]
salva do atrevimẽto, vi haqela pesoa q vosa s me mãdou
[7]
falei hela largo e pr vezes espaços deferẽtes pareceme
[8]
mui haparelhada pa lhe noso snro fazer merçes sensyveis
[9]
pr sua homildade e cẽprizidade não se ẽtendida in
[10]
vilhe na parte esqerda fermozo synal no nome do
[11]
yazus, as letras dele grãodemẽte ben talhadas
[12]
este synal tinha hũa goarda ha roda caize coadrado as
[13]
letras herão da cor da carne mais halevãotada e os
[14]
laivos qaize corados pouco, os moldes forão postos
[15]
pr nos anbas sen hela se bolyr do lugar donde stava
[16]
nẽ lhe po mão, ho primeiro molde fycou hafigurado
[17]
este groriozo nome e hua couza q caize parecia crus
[18]
q tinha ho snro pouco hafegurado, ho segũdo molde
[19]
teve somẽtes hua crus pouco afegurada ho terçeiro
[20]
molde teve hua crus mto ben talhada. todos es
[21]
tes moldes forão postos so lugar e pr espaço
[22]
de coarto d ora sobre os braços da crus vinhão
[23]
huas couzas q parecihão põbinhas, devedidas nos bra
[24]
ços e no meo, es estas diferenças m espãotarão pare
[25]
cerão me misterio grãode mas não entendido de min, afir
[26]
mo a vosa s q lhe devo me fez ouzas chegar ha ela trespa
[27]
so q haqi teve e pr espaço de mea hora esteve sen ninhũ bafo
[28]
e e sen ninhũa alteração no pulso, ficou ho rosto caize respão
[29]
decẽte e suave cheiro, ho disqurso de sua vida e sua homilda
[30]
de q craramẽte não parece fengida são boas provas, hatenteilhe
[31]
pr hua couza q me cõsolou q en todas as pregũtas e mostras
[32]
nũqua se lhe ẽchergou alteração nẽ tro no rosto nẽ trovação nas
[33]
palavras antes pareçia q se não havia hela, respõdeme

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