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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1620-1629]. Carta de Maria Coutinho para José Coutinho Botelho, seu irmão.

ResumoA autora deseja boa viagem ao irmão e revela-se preocupada com o que lhe poderá acontecer.
Autor(es) Maria Coutinho
Destinatário(s) José Coutinho Botelho            
De Portugal, Lisboa
Para S.l.
Contexto

Este processo diz respeito a José Coutinho Botelho, meio cristão-novo, preso a 10 de maio de 1623 por tentar fugir para a Flandres depois de, por judaísmo, ter sido condenado a três anos de galés. O réu disse que morava com a sua irmã Maria Coutinho e que tinha sido preso quando, em companhia de Simão Dias, se tentava dirigir à Flandres e a Hamburgo para entregar umas cartas. Iriam num barco com o flamengo Alberto Suneman, que os denunciou. A primeira versão do réu foi a de que tinha querido apenas acompanhar Simão Dias e as suas cartas. Este era velho e surdo, e precisava de ajuda para entender a resposta das cartas. No entanto, Alberto Suneman disse na sua denúncia que o réu já se tinha encontrado com ele no Terreiro do Paço várias vezes para combinar a fuga, e tinha até feito uma lista das coisas que queria levar: livros, lençóis de linho fino, um cobertor e um fato. Contou também que Francisco Rodrigues de Olivença, cristão-novo, morador na cutelaria da cidade, corretor de mercadorias, foi quem mediou o contacto com os dois fugitivos. A fuga custar-lhes-ia 6 mil réis à partida e mais 8 mil réis à chegada, a entregar ao mestre do navio.

O réu confessou depois que tinha realmente tentado fugir porque vivia na maior pobreza e solidão em casa da irmã. A mulher, Madalena Couceiro, já tinha sido instruída para não lhe prestar qualquer tipo de ajuda.

Em auto-da-fé de 5 de maio de 1624, o réu foi sentenciado a degredo para as galés por tempo agravado para mais dois anos, além dos três anos que já estava a cumprir, a penas e penitências espirituais e ao pagamento de custas.

Suporte uma folha de papel dobrada, escrita nas três primeiras faces e com sobrescrito na última.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 12911
Fólios 14r-15r
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2313119
Socio-Historical Keywords Maria Teresa Oliveira
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Catarina Carvalheiro
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2015

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meu irmã da minha alma ds va
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na vosa cõpanhia e vos garde
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e de mta mão direita na vosa por
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tẽsão e vos de saude e mto esfor
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so pa poderes os nãofrajo do
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caminho o qual vos não pasais
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so q vos afirmo q a alma e córa
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são mãdo cõvosvo a qual não te
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ra alguã aligria nẽ cõsolasão
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ẽquãto durar esta ausẽsia
[12]
p iso milhor me fara a morte
[13]
q o que ei de pasar ate q me cõpre
[14]
is o q me tẽdes pmetido e as oras
[15]
q iso me tardar me am de pare
[16]
ser anos e pa crerres o tromẽ
[17]
to q fico pasãodo esta peno
[18]
sa ausẽsia olhai q vos criei
[19]
e como estive sẽper na vosa
[20]
dose cõpanhia e alegre a estes

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