O autor dá várias notícias ao tio, entre as quais a da morte da mãe dele, sua avó, e a de um tio, Luís Aires, e informa-o sobre questões de dinheiro, sobre os negócios de ambos, sobre comércio e esmolas que quer fazer. Pede-lhe ainda que lhe escreva sempre que algum navio partir da Bahia, pois há muito que a sua família não recebe novas dele, estando todos preocupados. Agradece-lhe o envio de vários alimentos, que afirma ter distribuído pelos familiares. Notifica-o ainda sobre as prisões, pela Inquisição, de várias pessoas de Castelo Branco. Tendo, entretanto, recebido uma carta do tio, acrescenta os seus agradecimentos pela missiva e descreve a alegria de todos pelas notícias recebidas.
[1] | e ma sra thia Ma Ayrez de Pina e toda a Familia de caza de nosso Thio e sro logrão a sau
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[2] | de que lhe dezejamoz e pesso a Ds lhe conserve por dilatadoz anns Livre de seus
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[3] | Inimigoz, e seguro a Vmce que forão estaz notisias pa noz a de maior ale
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[4] | gria pois nos livrarão do cuido com que estavamoz de não achar car
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[5] | taz no corro quando veio a sumaca rezão por que me avia queixado
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[6] | nesta carta de Vmce me não aver ezcrito, e por ella vejo, tello Vmce feitto
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[7] | pelaz Ilhaz, que inda the o prezente não thenho Resebido e vejo
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[8] | a notisia que Vmce me dá de que são ja quatro os meninoz q nosso sro foi
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[9] | servido darlhe e que o ultimo que nasseo se lhe poz por nome Marcoz de
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[10] | que a Vmce damoz mil Parabeis e premita Ds nasão pa seu santo servisso
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E A Mel e João Rois da Costa fiz prezente a d Vmce que par
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[12] | mte estimarão, este he o portador desta que partira ao depois d amanham
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[13] | na Nao de S Altheza que vay de lisensa e Ds premita levar a salvamto
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[14] | e elle dira a Vmce o que valem hoje oz azeites e agoazArdentes e az poucas
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[15] | que ha e não sei se em o mco lhe poderei carreguar algum por conta
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[16] | da solla que seu irmão me consinou porqto o não querem deixar
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[17] | emBarcar, farinhaz tãobem nesta valem caraz e hirão poucas
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[18] | por não aver trigo da terra pa se poderem fazer, Baietaz prettaz
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[19] | crepe fio e cordovão he o que mais depresa podera hir em avendo oca
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[20] | zião, se bem que este tanbem hoje val caro que se vende o bom
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[21] | a 6 U a duzia
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[22] |
Em qto ao que Vm me dis sobre os 30 rolloz de tabaco que remeteo Anto
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[23] | da fonca tavares direi o que sei nese par q he que o do oz vendeo com outros
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[24] | mais seus a Dom Po, e que este oz mandou dezpachar por hum sugei
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[25] | tto que quebrou com qem fez sosiede com do tabaco pa o enbarcarem
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[26] | e puxando pelloz frettes a qem avia dezpachado o tabaco e não se lhe acha
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[27] | ndo beis pa paguamto deles obriguão por dittoz fretes a do Anto da fonca
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[28] | sobre o que se lhe poz demanda maz não sei depozitase, senão q he
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[29] | condisão daz aaqcoins de fretes fazelo asim, e vem do fonca defende
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[30] | ndoze com rezão que ele não vendera os tais tabacos ao sojeito que
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[31] | oz despachou mas sim Dom Po gomes de qem resebera o dro delles
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[32] | e com ele oz ajustara não sei se a 1750 rs se a 1850 rs @ cativa mas
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[33] | nisto do preso não estou mui serto sendo que he fasil o saberse
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[34] | e não faz duvida que Dom Po quer que cavillozamte pague oz fre
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[35] | ttez a dono do tabaco, como vio que cobrou qem lho despachou, dizendo
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[36] | que elle conprara o tabaco pa aquele sojeito, inda que elle o pa
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[37] | guase, o que negua Anto da fonca que tal lhe não disse, mas se elle
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[38] | quando lhe deu oz conhisimtoz lhe puzera logo o pertense e não
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[39] | lhoz dera asinadoz em brnco pa Dom Po la lhoz por a qem lho ouvese
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[40] | de dezpachar escuzarão estaz embrulhadas mas ha rezão
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[41] | he que Dom Po deve paguar dittoz fretes; e em Rigor quando
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