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Maarten Janssen, 2014-

Linhas do facsímile

[1754]. Carta de Francisco de São Joaquim, frade, para Maria do Espírito Santo.

Autor(es)

Francisco de São Joaquim      

Destinatário(s)

Maria do Espírito Santo                        

Resumo

O autor pede à sua amada para não dar confiança a uma vizinha, dando-lhe instruções de como deve agir para evitar o contacto estreito.
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[1]
Não lhe ha de aceitar nada e se ella se queixar mto embora he milhor
[2]
tella por inimiga do q por amiga e se vmce quando ella levou as meias
[3]
e os sapatos me deixara darlhe o recado ella andara mais direita
[4]
mas vmce quer servir a todos e ao depois em paga q fação escarne
[5]
de nos isso não me esta bem andar em boucas do mundo sem naçe
[6]
çidade isso não pode ser nem a palmilhadeira não va la
[7]
mtas vezes q o q me pareçe q ella mais quer comversar do q
[8]
emendarse olhe emquanto vmce se não acustumar a estar
[9]
em sua caza não fas nada milhor he padeçer na sua caza
[10]
q servir as alheias e ter por paga emgratidoens va a sua
[11]
Missa a comfição a algua Igreja adonde haja festa venha
[12]
ate ca e eu vou la estamos sos escuzão os vezinhos saber
[13]
o q lhe digo nem o q lhe dou falem de fora quanto quizerem
[14]
mas não vejão nem oução va ver as suas vezinhas quando
[15]
estiverem doentes sirvas se lhe poder fazer algua couza
[16]
e logo pa caza comversas nada porq mais valle ser deze-
[17]
jada q aborrecida e fazendo vmce isto deixe o mais por ma conta
[18]
e se for fora ha de ser com Joze ou com sua May e se vmce não poder
[19]
fazer isto nem for do agrado de Ds então não quero q o fassa
[20]
e pode dizer a sua vezinha q digo eu q se for a caza de sua
[21]
madrinha e lhe asuçeder algum trabalho q ha de ter paçien
[22]
çia q eu não lhe hei de valer e pa isso ja a avizo pa q não
[23]
diga q não sabia q veja la o q fas digalho asim emquanto
[24]
eu la não vou e tenha vmce a certeza q eu não hei de perdoar
[25]
a nimguem em materia de credito não posso de Ds lhe venha
[26]
remedio pa isso avizea da ma parte o negoçio esta na nossa
[27]
mão pello favor de Ds quem quizer ser vilhaco ha de pagalo
[28]
eu não fasso mal a nimguem se mo quizerem fazer hei de me
[29]
livrar q asim o manda Ds e mto mais q Ds temme aqui pa
[30]
defender a sua pessoa ate donde poder e o snor mo permitir
[31]
snora agora depois q disse Missa e vmce me vio no coro me chamou o meu
[32]
guardião todo asustado e me disse q hua mulher parda q os comfessores a não
[33]
querião absolver por me não ter hido denunçiar por eu dizerlhe q vmce
[34]
hera hua santa e q falava com o Menino Jezus q lhe punha e tirava
[35]
o anel no dedo eu conteilhe a historia toda ficou mais socegado e ainda
[36]
tenho mais q lhe contar para elle não ter susto porq ella o q quer
[37]
he q elle me não de licença pa não hir falar com vmce como se emgana
[38]
Disgraçada como q ella pode mais do q Ds quando o Guardião soube
[39]
q eu ja tinha hido a emquezição e lhe mostrey o papel mas não o leo
[40]
ficou mais socegado vmce pessa a Ds q elle me de licença q eu por isso mesmo
[41]
quero la hir veja vmce como sabe dis q ainda não fora a emquizição e q
[42]
os comfessores he q a obrigão diga a Thareza q se meta com ella e vmce
[43]
comversse com a Thareza não lhe fale mais nem se me falou nem adon
[44]
de vay nem nada senão bons dias como esta e mais nada

[45]


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