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Maarten Janssen, 2014-

1673. Carta de Maria de Sá para um membro da Inquisição de Lisboa. zoom_out zoom_in navigate_before   navigate_next info fullscreen menu

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Apostolicos

Obriguada da minha consiensia q trazia
carreguada comoniquei com o meu confesor
pesoa grave e douta o cazo de q dou conta a
Vmes e he o seguinte pedindolhe me dese o reme
dio
conveniente asi a minha consiensia como a
minha opinião por ser como sou hũa mosa don
zela
nobre que vivo maiores os meos maiores
e me não foi nem será posivel Remediarme nou
tra
forma neste cazo


que avera seis ou sete annos pouco mais ou menos confesandome em huma
irmida qde huma quinta q tem os frades grasia
nos
de s aguostinho em algdeia gualegua donde sou
natural a hum frade desta mesma ordem o qual mora
va
neste tempo nesta mesma quinta o qual religuio
zo
se chama fr matias pereira natural da vi
la
de alcouchete sendo eu de de idade de vimte annos
e confesandome a este confesor q aqui declaro em
confisionario sem devizam por não se ofereser ou
tro
comodo o dito meu confesor deixandose esqueser
de sua obriguasão do estado e do lugar santo e sagra
do
no mesmo auto sacramental e munto contra minha
vontade e repunansia que fis quanto dava hũm lu
gar
publico ele afagandome tentado do seu torpe
apetite me tomou as minhas mãos entre as suas e
forsejandomas mas pos em as suas partes humanas
e lasivas e satisfes seu danado apetite sem eu me po
der
livrar de sua torpe violensia por aver na dita
irmida gente q poderia entender alguma couza
contra minha opinião estado e calidade
e como mini
na
me foi forsado consentir em tal e tão torpe delito
mto pezar do meu corasão
este foi o cazo

e dando conta dele ao meu confesor ele me aconselhou devia
de dar conta a Vmes por ser materia tocante ao s ofisio