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1723. Carta de Mariana Francisca dos Santos para Maria Ferreira Guedes.

SummaryMariana Francisca escreve à sua amiga para lhe dizer que ela só pode contar com a sua amizade e que as supostas amigas a difamam e não lhe querem bem.
Author(s) Mariana Francisca Santos
Addressee(s) Maria Ferreira Guedes            
From Portugal, Porto
To S.l.
Context

Processo relativo a Maria Ferreira Guedes, cristã-velha, casada com Manuel João, barbeiro, natural de Aveiro e moradora no Porto, acusada de feitiçaria. Mariana Francisa dos Santos, a cordoeira, uma das suas amigas, tinha-a ensinado a fazer um ramo de "trovisco", mas porque as vizinhas a começaram a chamar de bruxa e feiticeira, ameaçando entregá-la ao Santo Ofício, parou com as curas, segundo afirmou no interrogatório. Defendeu-se dizendo que as fazia de boa fé, e foi ela própria quem se apresentou na Inquisição, no sentido de calar as bocas que a difamavam. Foi sentenciada para o degredo por dois anos para Lamego.

Support meia folha de papel dobrada escrita na segunda, terceira e quarta face
Archival Institution Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Collection Inquisição de Coimbra
Archival Reference Processo 3552
Folios [46r-v]
Transcription Ana Guilherme
Standardization Catarina Carvalheiro
POS annotation Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Transcription date2009

Sentence s-4 esta carta que Vmce escreveo hoje o pe Dom Matheus foy de tanta alegria nesta caza, que com palavras õ nam posso expillicar porque toda a somana nem o pe Dom Matheus, nem eu, nem jozepha passamos com sosego; mas antes com mto sentimento e Cuidado, porque todas estas vizinhas, a quem Vmce amava tanto e servia publicaram pellos soalheiros, e por toda esta prassa que Vmce esta-va preza na inquiçizam;
Sentence s-5 e suposto que o Sor pe Dom Matheus dezia que hera falço, todavia asim a éllé, como a nos nos asustou, e passamos athe vir o correio com Notavel cuidado e disvello;
Sentence s-6 e paresse que he promissam devina suseda esta falssidade, para que Vmce conhessa quem sam estas Rega-teiras a quem Vmce tem feito tamto bem, que paresse se alegravam tanto com esta emfilliçidade de Vmce, que publicaram por toda a terra,
Sentence s-7 paresse que pediam alviçaras humas as outras;
Sentence s-8 e o que mais para sentir que aquella grande sua amiga que Vmce publica chamada Maria Luis está me diçe me diçe quinta feira preguntandome pro Vmce, e dizendome que estava preza, que se soubera o que Vmce hera, que lhe nam havia de por o peé em caza;
Sentence s-9 e entenda Vmce que tambem, a sua comadre de Baixo, e a fanha todas foram do mesmo paresser, como tambem a sua afilhada;
Sentence s-10 e sam tam dezavergonhadas que dizem que eu dera humas poucas de moedas de ouro a Vmce para hir em busca de Jozeph monteiro
Sentence s-11 ; e foy permiçam devina estes travalhos em que Vmce se vie, para que quando Vmce se vir Restituida a sua caza se saiba estimar e tratar da sua saude
Sentence s-12 cuida que he o primçipal, e que conhessa que eu a amo e sinto a sua Auzençia, e mollestias acompanhandoa com Lagrimas e ofereçendoa ao Senhor das Barrquas aonde hei de hir com Vmce em Romaria com o Sor Pe Dom Matheus, que soó elle sabe sentir o desaforo com que esta canalha tem fallado na pessoa de Vmce;
Sentence s-13 a theya athe agora hinda nam he chegada
Sentence s-14 em chegando em chegando fasso tençam pagalla e levalla para a minha caza o metella na sua cayxa ou onde Vmce ordenar de que me mandara avizo
Sentence s-15 e mandeme dizer quando vem hinda que metinda me minta que tenho a minha caza fichada por nam deixar a de Vmce
Sentence s-16 a maria nam esquessa da minha da minha parte mtas Lembranças que a Vmce nam tenho que dizer
Sentence s-17 a Jozepha se Recomenda a Vmce e todos os dias anda para fazer testamentos e nunqua aCaba e Vmce vay esperar aveiro

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