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1593. Carta de Luís Nunes para António Machado, seu irmão.

ResumoO autor dá conta ao seu irmão de que a irmã havia sido presa pelo Santo Ofício.
Autor(es) Luís Nunes
Destinatário(s) António Machado            
De Portugal, Miranda, Mogadouro
Para España, Jaén
Contexto

Quatro cartas foram apreendidas no espólio de Francisco Fernandes, cristão-novo, morador e estudante em Bragança, preso pelos oficiais da alfândega de Bemposta, no Douro, quando este tentava atravessar para Castela na companhia da sua irmã, Ventura Fernandes, e da sua cunhada, Ana Pereira. Viajavam com uma mula e com grande quantidade de haveres pessoais, tal como indica um rol incluso no processo, o que despertou a curiosidade dos oficiais. Ao saberem que eram oriundos de Bragança, onde recentemente o Santo Ofício tinha realizado diversas detenções por judaísmo, tentaram deter Francisco Fernandes, que se pôs em fuga. Foi detido já perto do barco que fazia a travessia do Douro, enquanto ambas as mulheres, que já se encontravam na margem espanhola, retrocederam e se entregaram de livre vontade.Das perguntas feitas pelo corregedor de Miranda, apurou-se que os pais de Francisco e Ventura Fernandes tinham sido levados de Bragança para a Inquisição de Coimbra, onde teriam falecido. O mesmo tinha sucedido ao seu irmão Luís Cardoso, marido de Ana Pereira. Tanto as cartas como os depoimentos dos dois irmãos mostram que tinham a intenção de seguir para Coimbra, mas, chegando a Mogadouro, para onde Ana Pereira havia sido degredada por um ano pelo juiz do fisco de Bragança, esta convenceu-os a rumar a Fermoselhe, em Castela, de onde era natural e onde tinha família.O corregedor de Miranda, por considerar que o caso era do interesse do Santo Ofício, mandou-os presos para Coimbra. A parte processual lá composta inclui diversos treslados dos casos dos seus pais. Também se sabe que Francisco Fernandes foi posto a tormento. O acórdão deu-o como culpado de judaísmo, com dispensa de excomunhão por ter confessado, e confisco dos seus bens.

Suporte uma folha escrita em ambas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Coimbra
Cota arquivística Processo 463
Fólios [18]r-[18]v
Socio-Historical Keywords Tiago Machado de Castro
Transcrição Tiago Machado de de Castro
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2013

Frase s-1 Irmãoesta não e mays que pa lhe dar cõta
Frase s-2 sabera Vm do trabalho que nos qua aconteceu
Frase s-3 a dẽs louvores,
Frase s-4 que sayo noso Irmão dyo glz e mãdou chamar a sua molher por hũa quarta e ela foy
Frase s-5 e no quamynho a prenderõ
Frase s-8 e la me fey nosso sõr merce que fyz hũa pityção a mesa em como se ela yva apresentar e a mãdarõ yr outra vez solta
Frase s-9 e agora esta la seu marydo apresemtada
Frase s-10 querera o sõr que venhão muyto asinha ãbos de dois e eu tambem asy me nela apresentey paemte a mesa do sãto ofycyo que não pudei nos fazer por amor do lyvramto de minha Irma
Frase s-11 e com estes emfadamtos não pude compryr pas ne com defeyto pa eu yr la a esa cydade
Frase s-13 e não se o ofreçeo a luys nunẽz porque ja tynhamos nosas quavalgaduras e frete feyto pa noso gasto
Frase s-15 e eu asy me yva tambem e sy me dyso que Vm avya mãdado dar qua a gaspar pra dez myll res os quays eu lhos dey e Vm nos mãde a myme
Frase s-16 e a sua yrma lyanor nunẽz a sua bemção porque quada dia que o sol amanhece nos ofrecemos nela

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