Senhor Anselmo - ( Braga - )
Estimo muito
a sua boa saude juntamente como lhe deze
jo. Amigo, e
senhor a minha necessidade me
obriga, porque a minha prizão ja vai sen
do muito demorada, pois vm
bem sabe que me tirarao quanto dinheiro eu
tinha,
pois sabendo eu que v
m tem dinheiro
e ainda aqui não veio ver-me, eu
tento
desculpa-lo em tudo porque me pergunta
rão todos quem erão
os que estavão no se
nhor d Alem, pois talves agora eu os ma
nifestaria quem elles erao quando vossa
Merce me não mande nove
mil e seiscentos
reis, farei o que me parecer, porque o que
lhe pesso não
lhe faz falta, e eu tenho mui
ta necessidade, e quando me não
remeta
ate Quinta feira tomarei o meu parecer
parecer de dispôr o
caso Publico ou á parte
que está cá, e Vossas Merces andão no seu feliz
descanso passeando, e não se lembrao de quem
está prezo. Já que eu estou
desgraçado
o mesmo posso fazer a outros. Já que tem tido
tanta pouca
prudencia de se nao lembrar
de mim eu ate aqui estive socegado mas ago
ra não porque vejo os motivos para isso.
E com isto não espero
mais senão ate
ao dia declarado quinta feira do corrente
e não dou mais
resposta para o que pertendo
francisco Joze dos Santos.