CARDS1001 1643. Carta de Maria Lourenço para Pedro da Cunha Coelho, contratador.
Resumo Maria Lourenço escreve ao seu irmão lamentado o facto de ele não lhe dar notícias e pedindo para a ir buscar a Lindoso.
Autor(es)
Maria Lourenço
Destinatário(s)
Pedro da Cunha Coelho
De
Portugal, Viana, Lindoso
Para
S.l.
Contexto O réu deste processo, destinatário da carta e irmão da sua autora, foi preso pela Inquisição sob acusação de sodomia. Fora contratado pelo abade de Lindoso, Diogo Brandão, para lhe vender as colheitas de cereal. Foi degredado para o Algarve e depois para Caminha, onde veio a servir de soldado. Defendeu-se sempre, dizendo que a denúncia à Inquisição tinha sido obra de um inimigo que dele se queria vingar.
Suporte
meia folha de papel não dobrada escrita dos dois lados.
Arquivo
Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository
Tribunal do Santo Ofício
Fundo
Inquisição de Coimbra
Cota arquivística
Processo 7061
Fólios
70r-v
Transcrição
Ana Rita Guilherme
Revisão principal
Rita Marquilhas
Contextualização
Ana Rita Guilherme
Modernização
Sandra Antunes
Anotação POS
Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição 2008
Opções de representação
Texto : Transcrição Edição Variante Modernização - Mostrar : Cores Formatação <pb> <lb> Imagens - Etiquetas : Classe de palavra POS detalhado Lemma
O script do Java parece estar desligado, ou então houve um erro de comunicação. Ligue o script do Java para mais opções de representação.
Irmão da minha alma
não sei q a
q atribua a falta de novas de Vm a tantos
tenpos mto me escandilisa tanto descudo
porem mais me satisfarei cõ elle q cõ do
ensa q seja cauza de me faltar este
bẽ q hé o q de q vivo nesta auzencia
e asi peso a Vm pello mto q lhe quero se
lenbre de min q não mereso descudarse
Vm de min q quem vive auzente de tão
bõ irmão como Vm não tẽ alivio senão
estar cõ os olhos no caminho pera aliviar
minhas saudades , tãobẽ me acompanhão
mtos agravos da snra minha Cunhada
q tendolhe esCrito tres vezes de nhuã
tive resposta e asi tenho detrimindado
de não esCrever mais pois dão Vms a em
tender q se emfadão cõ minhas cartas pois
não responde se Vm asi fas farei de conta
q não tenho nimguem , e asi como Vm escre
veve pera outras partes tãobẽ me pudera es
Crever duas Regras e avizar me de sua
saude q permita o ser q seja senpre
mui perfeita esta irmã de Vm lhe deseja a mi
nha hé boa pera esperando q Vm me tire
desta terra q tão Rom he se pareser a Vm q me queira
vir buscar folgarei cõ isso estar nessa tera a som
bra de Vm q he couza q dezejo mto e se Vm me quer
vir buscar venha pello tenpo quente e faremos
desta pouquidade q temos aquillos q nos parecer
e disto me aVize Vm pera eu saber o q hei de fazer
e pera esperar a Vm e nisto não aja falta porq es
tou detriminada pera fazer o q Vm me mandar
por este portador me mande Vm hũ Rozairio de con
Contas q o não mando pedir por ter falta delle mas
quero ver Couza da mão de Vm q o vendo farei de
Conta vejo a Vm pera o emcomendar a des q lhe de
mtos largos anos de Vm vida pera meu emparo ;
a Snra minha Cunhada mando minhas lenbrancas
q lhe beijo as mãus q me mande novas suas q os de
zejo mto de saber q se sirva de mim q sou sua captiva ;
todos os parentes e irmãus de Vm lhe mandão seus Recados
e gco glz q lhe mande Vm hũa carapusa pera a lembranca
não sou mais Larga per não emfadar a Vm des gde a Vm
Lindozo
oje 24 de janeiro 643 desta irmã de Vm Ma Lourenso
o portador desta he hũ fidalgo desta tera vai falar
cõ sua magde se lhe for lla necesario pra algũa Cousa favoresa Vm
Legenda:
Expanded • Unclear • Deleted • Added • Supplied
Guardar XML • Download text
• Wordcloud • Representação em facsímile • Manuscript line view • Pageflow view • Visualização das frases • Syntactic annotation