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Maarten Janssen, 2014-

CARDS2168

1778. Carta do abade João Manuel da Silva Penha, desembargador ordinário e vigário, para José Anastácio da Cunha, matemático e poeta.

Autor(es)

João Manuel da Silva Penha      

Destinatário(s)

José Anastácio da Cunha                        

Resumo

O autor pede ao destinatário dinheiro emprestado para comprar livros de Direito.

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Senhor Doutor Joze Anastico

Amigo do Coração eu não tenho escrito por embaracos indespensaveis, de que jamais aliviado por cauza das Ferias, vou saber como passa das suas indispoziçoes, de que espero esteja milhorado com a differença do tempo que vai ajudando aos que como nós temos huma saude tão impertinente. Dezejo sinceramente que tenha nesta Festa o que; como bom amigo, lhe apeteço todo o anno. sim amigo, e companheiro Deos queira darlhe tudo o que pode contribuir para a sua satisfaçam, descanço e alegria: Estes dons são doces certamente apezar da sua externa temporalidade Elles nos conçolão na terra, e podem ser o fructo de huma boa consciencia, e fazer a nossa santeficação; asim lho dezejo, asim o peço a Deos asim o espero da sua bondade Eu vivo satisfeito a sombra destes Princepes a quem tanto devo; vou trabalhando por vencer a minha fortuna, ella parece serme mais favoravel por este lado; Deos queira que o seo brilhante não seja falço; ao menos permita que eu possa atinar com a vereda que conduz a feliz Eternidade ja que não pude acertar com aquella que nos faz reputar felices segundo a linguagem da terra. Sua Alteza Real meo amigo dáme

todas aquellas demonstraçoes de Benevolencia de que não he licito duvidar sem culpa; passados alguns dias da minha chegada me nomeou seo Dezembargador Ordinario, e atendendo a minha precizão me nomeou tambem Vigario Geral da Comarca de Valença onde me faz vencer o ordenado da Rellaçam Porem o que mais me obrigou he o qualeficado Decreto com que me honra etc Tenho demorado a minha partida com alguns pretextos; porem a verdade he que ainda me não tem sido pocivel apronptarme: entretanto vou ao Tribunal, aonde não falta que fazer. Suponho que não terá concluido nada a respeito da minha dependencia Eu estimarei muito que asim seja, porque suposta a boa vontade que suponho VMce tem de fazerme favor, quero subrogallo para outro fim menos despensavel. Os dous volumes de Leys do Senhor Dom Joze, e os Regas Romanos, livros indespensaveis, parão na mão de certo particular desta Cidade, que os por pouco mais dos 12000 que me fazia merce abonar. Eu tenho conceguido, que mos demore the ao fim deste mez; com que amigo se he pocivel fazerme este obzequeio, na prezente ocazião, recebo hum grande beneficio, de que lhe serei eternamente obrigado Comtudo devo dizerlhe que eu não puderei indemnizallo antes de 7bro, porque ainda que entro a vencer, não entro a cobrar logo. Eis: aqui tudo em boa : se for pocivel está bem; alias paciencia. Eu ja daqui lhe offereço a minha caza, em Valença, e a minha obediencia em toda a parte, para o Verão pode vir acompanharme algum tempo; afirmolhe que sou sincero, e candido, e que estas expreçoes não presunctorias; de VMce pende experimentallo. Deos Guarde a VMce muitos annos etc

Braga 16 de Abril de 1778 De VMce Amigo e collega o mais venerador e Criado obrigado João Manuel da Silva Penha.

P. S. Asim pocivel; pode dar o dinheiro a meo Thio que elle tem facelidade para mo remeter com promptidão.


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