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Maarten Janssen, 2014-

CARDS6066

1829. Carta de Ezequiel de Moura Veloso, ajudante de boticário, para José de Moura Veloso, seu irmão.

ResumoO autor manda ao irmão as últimas notícias sobre a luta entre liberais e miguelistas, mostrando-se confiante numa vitória liberal.
Autor(es) Ezequiel de Moura Veloso
Destinatário(s) José de Moura Veloso            
De Portugal, Coimbra
Para Portugal, Évora, Convento de São Domingos
Contexto

Ezequiel de Moura Veloso, ajudante de boticário, foi acusado por um proprietário de botica, José Ribeiro de Azevedo, de usar termos escandalosos e ofensivos para se referir à Nação e à Magestade. A carta aqui publicada foi entregue como prova disso mesmo. O réu teria também ameaçado o queixoso com uma navalha de ponta e mola. Foi libertado por falta de provas.

Suporte meia folha de papel dobrada, escrita nas duas primeiras faces e com o sobrescrito na terceira.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra J, Maço 20, Número 11, Caixa 57, Caderno [1]
Fólios 6r-v
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Rita Marquilhas
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2007

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COIMBRA Sor Joze da Moura Vellozo No Convento de S Domingos d' Evora

Recebi a tua de 18 de Maio, e sinto o teo disgosto nascido da ignorancia que tens sobre couzas tão publicas. É verdade que a gazeta dava a Menina pa o Rio, mas porq por não dizer q ella vinha para Portugal, e isto ja é mais velho que o cagar: ora pois o q te digo livre de toda a duvida, é que ella está não por mezes, mas por dias a esperar-se, sobre o que tenho a dizerte o q à mais fresco. O Paquete penultimo vendo da Inglaterra, chegou no dia 16 do passado, e o Capitão d'ella logo que se pôz em terra deo vivas á Regeneração Portugueza, á carta, e a Snra D Maria . O povo seguiu, e continuarao os vivas ate aos prezos do Limoeiro, porem a Policia suffucou este barulho, mas não obstante isto matarão 6 Marujos do Paquete, prenderão o Capam e o maltratarão, porem um Fidalgote o livrou, e fugio com elle pa a Inglaterra. No Paquete intrado no dia 28 do passado, apanharão-lhe a mala e tudo o mais que trazia, pa se não espalharem as ultimas noticias, mas não obstante isto sabe-se do Capam d'elle, que a cavalaria Ingleza ja vinha no Mar, e a Infantaria qdo elle sahio vinha-se dirigindo pa os portos aonde havião de imbarcar D M foi intimado ja pa sahir de Portugal, com tanto que não ficasse na Peninsula, e mandou um d'estes dias um Paquete para a Inglaterra, e suppoem-se ser a pedir o lugr para a sua habitação. Os Lazaros ja não tem sangue, as pernas ja os não ajudão, e a lingua tolheo-se-lhe. As Authoridades aqui andão na Policia a mais ativa e por momentos apresão a sua sorte, finalme todo o Portugal espera por momentos a Liberdade. Manda-me dizer logo que esta recebas se vens por aqui, e adeos que estou a abraçar-te por momentos

Sou o teo do C 2 de Junho de 1829 M

Legenda:

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