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Maarten Janssen, 2014-
Resumo | O autor notifica o destinatário da prisão do seu sobrinho, António Mendes Pereira, e pede-lhe que vá testemunhar em seu favor. |
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Autor(es) | Pedro Pereira |
Destinatário(s) | José Cabaço |
De | Portugal, Tomar |
Para | Portugal, Lisboa, Rossio de S. Domingos |
Contexto | Esta carta encontra-se no processo de António Mendes Pereira, natural de Portalegre e morador em Tomar, onde era administrador de tabaco da comarca, preso pela Inquisição de Lisboa a 11 de agosto de 1755 por judaísmo. As cunhadas de António Mendes Pereira, Jerónima da Silva e Inês Maria, mulheres dos seus irmãos Fernando Pereira de Mesas e Manuel Gonçalves Pereira, respetivamente, tinham sido presas pela Inquisição de Évora em junho desse ano. O comissário do Santo Ofício em Portalegre, Manuel Mendes Boroa, teve conhecimento que Fernando Pereira de Mesas enviara uma carta ao irmão e, achando que esta podia trazer informações importantes para os processos das suas familiares, foi a Tomar esperar a resposta, intercetou-a, copiou-a e voltou a fechá-la, enviando-a ao destinatário, para que ninguém desconfiasse, e entregou a cópia à Inquisição de Lisboa. Na resposta de António Mendes Pereira, percebeu-se que este tinha negócios com José Cabaço, comissário do Santo Ofício e mestre-escola da Sé de Portalegre, pois, temendo ser preso, pedia-lhe que viesse a sua casa para lhe pagar o que lhe devia com os seus bens, antes que estes fossem confiscados. Graças às diligências de Manuel Mendes Boroa, descobriu-se que também o irmão de José Cabaço, o familiar do Santo Ofício Domingos Cabaço, conhecia António Mendes Pereira e os seus irmãos, que eram seus amigos de longa data, fazendo vários negócios com eles, e que já o seu pai fazia o mesmo. Domingos Cabaço concorrera com cerca de 4000 cruzados para que António Mendes Pereira fosse feito administrador do tabaco em Tomar, sob condição de este lhe pagar anualmente cinquenta moedas de ouro do dinheiro que recebesse. Para evitar que o seu irmão perdesse o dinheiro por causa da prisão de António Mendes Pereira, José Cabaço foi a Tomar com Fernando Pereira de Mesas, conforme ele pedira e, numa carta escrita à Inquisição em agosto, dá conta de que, a 14 de julho, o réu o visitara, dizendo que se ia apresentar ao Santo Ofício. A missiva aqui transcrita, escrita pelo tio do réu, Pedro Pereira, para José Cabaço, parece indicar que os familiares do réu se queriam aproveitar da amizade deste oficial do Santo Ofício para o ajudar, pois nela Pedro Pereira pede ao mestre-escola que testemunhe sobre a visita que o seu sobrinho lhe fizera. Segundo um acrescento no final, a carta foi entregue na Mesa da Inquisição por Manuel de Moura Feio, caminheiro, natural da Vila de Sousel e morador em Tomar. António Mendes Pereira foi sentenciado a confisco de bens, abjuração em forma, cárcere e hábito penitencial a arbítrio, instrução na fé católica, penitências espirituais e pagamento de custas. Por causa do Terramoto de 1755, que causou a ruína dos cárceres da Inquisição de Lisboa, transferiram-no para a prisão de Coimbra, a 7 de novembro. |
Suporte | uma folha de papel escrita numa das faces. |
Arquivo | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Tribunal do Santo Ofício |
Fundo | Inquisição de Lisboa |
Cota arquivística | Processo 1904 |
Fólios | 17r |
Online Facsimile | http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2301806 |
Transcrição | Maria Teresa Oliveira |
Revisão principal | Raïssa Gillier |
Contextualização | Maria Teresa Oliveira |
Modernização | Raïssa Gillier |
Anotação POS | Raïssa Gillier |
Data da transcrição | 2016 |
Legenda: | Expanded • Unclear • Deleted • Added • Supplied |
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