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Maarten Janssen, 2014-

PSCR0458

[1628]. Carta de João Esteves, antigo guarda do cárcere da Inquisição, para Filipa Pedrosa, sua mulher.

ResumoO autor envia instruções à mulher sobre como gerir as suas propriedades e pede-lhe notícias dos filhos. Não só elabora uma enumeração ordenada de dinheiros que lhe devem, como também as propriedades a serem exploradas por outros. Também refere no final que a carta estaria a ser escrita com um pau e que a carta do filho tinha chegado selada com lacre, provavelmente querendo confirmar com o filho os sinais da carta ou revelando que o cárcere não tinha aberto a correspondência que chegara.
Autor(es) João Esteves
Destinatário(s) Filipa Pedrosa            
De Portugal, Lisboa, cárcere da Inquisição
Para Portugal, Lisboa
Contexto

O réu deste processo é João Lopes, guarda do cárcere da penitência da Inquisição, preso em setembro de 1628 por impedir o reto funcionamento do Santo Ofício ao deixar os presos trocar correspondência com o exterior. A 25 de setembro de 1628, Estêvão da Costa, outro guarda, veio à mesa denunciar João Lopes. Na noite do dia 20 de setembro, quando os dois iam dar candeias aos presos, o guarda viu João Lopes a receber um embrulho da mão de João Esteves, um antigo guarda daqueles cárceres que fora preso por permitir que os prisioneiros trocassem correspondência entre si. Pressionando o companheiro, Estêvão da Costa descobriu aquilo que João Lopes recebera, um pedaço de cera em que vinham três escritos, e entregou-os para serem apensos ao processo do seu companheiro. Interrogado, João Esteves confessou que, desde a sua prisão, João Lopes o ajudara a trocar correspondência com a mulher. Umas noites antes daquela em que foram apanhados, João Esteves dera a João Lopes um escrito para a sua mulher, pedindo novas, e este, dias depois, trouxera-lhe a resposta, embrulhada em cera, dentro de um melão. João Esteves escrevera, então, os três papéis presentemente transcritos, que escondeu também em cera, os dois primeiros para a mulher, contendo instruções sobre como ela devia governar a casa, e o último para João Lopes, informando-o sobre o que fazer. Quando lhe mostraram os três bilhetes apreendidos, o antigo guarda confirmou que eram aqueles que dera a João Lopes.

João Lopes foi sentenciado em auto-da-fé privado em 1632, com açoitamento público e degredo para o Brasil por três anos, enquanto João Esteves, para além de ser açoitado publicamente, foi enviado por cinco anos para as galés e privado para sempre do ofício de guarda.

Na margem inferior direita do verso está uma anotação que diz: "papel que vinha dentro da cera".

Suporte um quarto de folha de papel não dobrado escrito em ambas as faces.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 18041
Fólios [27a]r-v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=4618469
Socio-Historical Keywords Mariana Gomes
Transcrição Mariana Gomes
Revisão principal Maria Teresa Oliveira
Contextualização Maria Teresa Oliveira
Modernização Raïssa Gillier
Anotação POS Raïssa Gillier
Data da transcrição2017

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noso sor vos alegre como me alegrastes as vosas E noso sõr vos aseite as pasadas q por dais E derdes estimo mto terdes saude e os meninos noso sor volla de pa seu emparo E meu não me mãodais diser se falastes na manoel da caunha ou o que vos Respõdeo de tudo me avizai miudamte E apertai co o velho q nelle esta mto se elle quizer falar E Rogai mto ao sor amigo se não Emfade q Eu terei conhecimto tirandome des deste cativeiro mãodaime dizer se vos deu o negro os 6000 mil rs da mẽsão do clerigo E se tẽdes novas delle E como vier se vos derão os seis mil rs q lhe va dar quitasão q bẽ sabe adonde elle mora folgarei saber se vos vierão os 10 alqueires de trigo de loures E adrião dias se sastifes E se alguem vos acode algũa couza; a vinha como for tempo andre botelho dara órdẽ pa ser vindimada E não esquesao do vieira q são mil E oitosẽtos rs folgarei saber antonio se vai tomar lisam ou como passa o seu tempo q aprẽda e irnosemos todos pa ovidos avizaime coando vier o pdre mas Elle não saiva nada he nasario saber do marcal nunes das bullas q de órdem a tudo como amigo q Eu tudo pagarei queirẽdo ds E darlhe ordem a ir tomar posse E q não passe o tempo E se puder ser q Emquanto antonio não for pa servir q fassa mto q sirva o pe joão gois d almeida per elle e pa isto o snor simão llopes fara co o provizor pa o deixem servir mãodaime dizer se prenderão mais algũ de meus copanheiros q am comei carne E como não tiverdes dro scõdei do q tiverdes por caza q ds dara remedio do q me dizes q sera como a cristaleira não me paresse isso que escreveo o escrito pequeno folguo saber porq não he de antonio paresse q ouvi dizer q hia tambem preso paulo d asevedo avizai me de tudo de quando em quando ca tive novas de mel andar ja calcois- noso sor vos gde como pode e vos de vida E saude E pasiencia não me mãodastes novas de antonia ads gde o melam vosso. isto he escrito hũm pau o voso escrito veio selhado lacre


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