Representação em facsímile
1576. Cópia de carta de Manuel Leitão, ex-guarda do Santo Ofício, para Álvaro Mendes.
Autor(es)
Manuel Leitão
Destinatário(s)
Álvaro Mendes
Resumo
O autor descreve ao destinatário diversos factos do tempo que tem passado na prisão e das circunstâncias que o levaram para lá.
o amiguo sabe
q não se dee nada a
esse diabo dessa molher
porq ella lhe
ficam mais de cem cruzados
em dro afora
pecas douro he de prata que avia
tirãdo
duas tacas q ficaram cõ o mesmo fato
he
com que bem se podera governar he
tudo mall empreguado
porq eu mãdei
dizer por meu filho
q nam lhe desem
nada senão algũ movell e
se outra
cousa fizeram agravarãome muito e
não pella perda inda
q não tenho nada
de meu senão por ser tão
mal empregado
e em quem tam mal o tem se isto comigo
e
porq estou nuu folgaria me fizesse
vir o
vestido que ficou s hũa roupeta e
hũas
calcas e hum gibão de ciron e quatro
ou cinquo varas de
frisa que ficaram pa
fazer hũa roupeta
pa este inverno e
panno de huso
pa hum gibão q
ho não
tenho he q
pa
q se daqui algũa ora
sair tenha com
q me cubra e
vosa merce o
mande por em sua casa ou onde lhe
parecer he
vosa merce não gaste
nada do seu
comiguo porq não me esta nessa
divida
e eu a
vosa merce eu tanta
q não pode mais ser
a qual nosso
sor lhe pagara por mim
nem me mande mais
nada do seu os
seis tostois q me mandou não os
ouvera
de tomar senam pera os dar a este por
tador ho fez
pa
q fora de
milhrmte
o que for
ncessario porq eu antes