Representação em facsímile
[1580-1600]. Carta de dona Filipa de Jesus de Portugal, freira, para dona Marta de Alpoim.
Autor(es)
Filipa de Jesus de Portugal
Destinatário(s)
Marta de Alpoim
Resumo
A autora lamenta-se, dando detalhes do cativeiro a que está sujeita e pedindo notícias de familiares e amigos.
e cõ isquinẽçia sãgrada mtas vezes e mais
mtos
desgostos e trabalhos que he espãto
poder hũ corpo
umãno cõ tãto e querolhe tãto que não poderei
acabar comigo
deixar de lhe escrever.
o que na vosa me agardeçes minha
snra de vos
ẽncõmẽdar a
esas minhas snras não tẽdes ubrigação
pra iso porque pra mĩn he
ho proveito por
que não ha outro de mais meu gosto que saber
eu
q vos tratão elas cõmo vos minha
snra
mereses. tratarvos
minha mãi mal de nomes
sinto eu minha deusa n alma
porq não he re
zão senão
q reprẽdẽdo e de toda a maneira
vos
respeitẽi e do tẽpo que eu minha
snra
ajjudava vos peço perdão. A
minha snra
dona
marta que tẽpos e que tẽpo ha quẽi
acabara no d ãtão a vida pra se
não ver neste
que farei snra que
paçiẽnçia bastara que
tẽnho o coração jja tão ãcebrãtado do pasado
que não
ãxo ẽn mĩn sofrimẽto pra o que re
creçe
cada dia de novo e vejjo cada ora tãtos
males sẽi curso ninhũ e tão fracos remedios
d esperãça ninhũa sẽi ter novas de ninhũa
maneira
deste mofino omẽi se he morto se
vivo nẽi önde esta nẽi que he feito dele
vede que jja não fora mil vezes morta
quãto mais ũa senão por padeçer mais