Representação em facsímile
[1580-1600]. Carta de dona Filipa de Jesus de Portugal, freira, para dona Marta de Alpoim.
Autor(es)
Filipa de Jesus de Portugal
Destinatário(s)
Marta de Alpoim
Resumo
A autora lamenta-se, dando detalhes do cativeiro a que está sujeita e pedindo notícias de familiares e amigos.
amor
tẽi me posta ẽn cõfuzão mãdardesme
as cartas que vos iscrivi asĩn a vosa cõmo a
de
minha mãi mas porque cudo q foi discudo
o
levo ẽn paçiẽçia. mãdaime meu ãjjo mtas
novas
vosas e por amor de ds que vos lẽbre
que na vosa
saude e vida esta a minha pra
que trabalhes por
não ãdar tão magra
cõmo me escrevẽi e mais minha
snra não
comais lãpreias
lẽbrevos q vos fazião
mto
mal estou trãno que tudo
me lẽbra e estou
sẽtindo. mãdaime minha
snra
mtas novas da
snra
vosa mãi e da
snra vosa irmã por que reçeberei
mta cõsolação. aho
snor
frãçisco d alpoĩ
bejjo mil cẽtos de
vezes as mãos fiquei mto
descõsolada de não ver
letra sua se he
posivel não mo nege q não lho
mereço.
se ãdre
so vier ai ter dailhe meu amor
mtas ẽncomẽdas da minha parte e a arĩmase
a seu marido e a todas
as couzas que tiverẽi
nõme de vosas porque todas tẽnho n alma
agora estas oras me derão meu bẽi e minha
saudade ũa carta
vosa sẽi outra de cõpanhia
que riçibi cõmo quẽi sẽpre esta suspirãdo
por
elas. nela me dais minha snra a
disculpa
das cartas que por discudo vierão mas cõmo
eu estou nesta
estreiteza que nẽi chave
d ũ iscritorio me deixão ter as queimei logo
não
me escrever minha ma da costa sĩnti
mto porque tãbẽi eu tẽnho quartã dobre