CARDS1115 [1690-1699]. Carta de Maria de Almeida para o filho, [Manuel Viegas Lobo]. Autor(es)
Maria de Almeida
Destinatário(s)
[Manuel Viegas Lobo]
Resumo
A autora mostra-se muito preocupada com a situação em que o filho se encontra. Pede-lhe que se esconda e informa-o de que uma condessa está encarregada de interceder por ele.
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A Meu fo gde des
Meu filho
permita noso senhor
paseis
com a saude que vos
dezeis e llivre das persigisois
da desgrasa eu i os mais
da
caza com hella pasamos
mas com tanto cudado em
ceos que depois que
tivemos a
serteza de se terem pasado ordes
contra vos nam qua mais
tivemos hum istamte
de
descanso so agora tivemos algũs
allivius com estas esperansas
que
voso irmão nos da des por
sua miziricordia permita
favoresernos as
cartas de
voso irmão me chegaram hoje
que sam desasete deste janeiro
i as remeto a voso tio o senhor
ijoze de soiza comfiada no
zello com que senpre nos
favoreseu
não ha de faltar em
vos mandar llogo
propio com
hellas i eu vos peso pageis
ao portador que vollas llevar que
se ca tivera com que
lhe pagara não vos hovera de fazer esta adevirtensia
e tambem
vos peso mandeis llogo propio com a
rezullisam a voso irmão do que ordenais e guntamente
se caresso
com algum dinheiro se inda o não tendes mandado e como
ja estais emformado
do que helle pode não
estranhareis o percurarvos este dinheiro i eu ja não trato de vos
emcareser
a cautella com que deveis estar porque ja
tendes esprementado o dano que fes esta vosa
prubilcasam
que se hella não fora não se tiveram pasado estes
decretos de pombal me mandaram
de novo avizar que
vos avizase não troxeses negros comvosquo que
por helles
heres conhesido i hera o sinal por que vos percuravam
vosas
irmas vos emviam muitas saudades e francisco vos pede
a vosa bensão i eu vos emvio
a minhas a de noso
senhor vos cobra e permita por sua miziricordia darme
a comsollasam de vos ver llivre do risquo em que andais
e vos guarde muntos annos
Abiul
desasete de janeiro
vosa mai que muito vos quer Maria d almeida
estando acabando de escrever esta me chegou oitra
carta de voso irmão em que com maior
emcarisimento
que pode aver me pede
fasa comvosquo vos punhais em
parte tam emcuberta que nem por sonbras haja notisa
aonde
estais porque tem a condesa sentido muito esta vosa
prubicasam e lhe chego a diser
que isto hera contra
o seu respeito pois se tinha metido nisto i estava
empinhada em vos por
com llibardade i
andando vos prubiquo que nada se podia venser ha vista disto
bem
puderes vos metervos num comvento e mandares besta e negros
pera donde
vos pareser e me dis se vos dillibarais a faser esa
despeza que vos dis he
nesesaria pera se faser a
o avizeis adonde se ha de
hir ter
comvosquo pera vos dar conta
porque de papel se não pode fiar
nem
helle quer sahir da orde que a
condesa lhe tem dado porque quer isto
com
todo o segredo e que tambem
vos avizo que pello negosio de ca
hera nesesairo
ainda maior
cautella que pellos demais a cauza não se
podia fiar de papel
cautela
emtendese em vosa pesoa e que
a reposta destas cartas
lhe
mandeis com toda a berbidade porque
asim he nesesairo com a crareza
adonde se ha de
avistar
comvosquo pera disporres com helle o negosio
o qual esta tam bem
emcaminhado que melhor não pode ser des
permita saião as nosas
esperansas como
comfiamos em sua miziricordia
devina
des vos guarde
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