PSCR0045
1593. Carta de Domingos Coelho, barbeiro, para Fernão Rodrigues, confeiteiro.
Autor(es)
Domingos Coelho
Destinatário(s)
Fernão Rodrigues
Resumo
O autor pede auxílio a um seu conhecido no que respeita a factos sobre a sua detenção e o seu crime.
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Ao sor ho sor fernão
Roz confeiteiro em
Setubal meu sõr
Señor
Não faso esta pera mais que pera dar novas de mim a vm
Demais são estas per meus pequados fico prezo pasando
muita nisisidade sem ter quem fasa cousa algũa por min
mais que a mezelicordia de noso senõr por hũs homes que vierão
desa terre despois que vim da armada falei cõ dous homes que
me disserão que era mesia gomes morta e portanto me
atrevi a fazer ho que fiz sem ter culpa Despois que me
derão novas de la fui ter cõ eles emformarme
achei que era a molher do alfaatinho berbeiro
emguanarao me a mim e a si por onde eu não tenho culpa
mas ja que meos pequados asi o queuizerão he ca prezo nom
morto não presto para nada peso a mim por amor
De noso senõr que fasa de sua parte cõ mesia gomes
que por amor de noso senor me perdoe he digua que não
e casada comigo porque se asi não fizer terei muito
traulho e sem culpa pois me emguanarão
por que asi o escrevo a meu compader andre albres
e a minha comadre guiomar de fransa
he vosa merce se ajuntem todos e fasão isto
com ela
tambem escrevo a Leixo rodriguiz que me fasa merce
de lhe fallhar e como a tiver de dentro fasão
cõ ho vigairo que cõ verdade pode dizer que me
re
zebe resebeo isto peso a vm por amor de noso senõr
porque eu se me noso senõr libra eu portesto de ser a
a vm mãode me vosa merce muitas novas suas he
Do senõr seu pai e mai e da senõra birtis coresma
porque sempre as folguarei de ouvir horas e se algũa
cousa ouver mister desta tera avizeme que eu ho
farei como vosa merce vera sem sosto por
guora não quero enfadar mais a vm cõ minhas
purlugidades senão fiquar rogando a noso senõr per
merce de vosa merce e do senõr pai e mai he da senhorã britis
corema os quais noso senõr lhes do muita vida e saude
sesta ije 24 d agosto
de sue muito lial amigo
que sempre sera ate a morte
Domingos Coelho
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