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Maarten Janssen, 2014-

1645. Carta de Antónia de Oliveira para a Inquisição de Lisboa. zoom_out zoom_in navigate_before   navigate_next info fullscreen menu

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esta molher a Çonheso vai por quatro annos dandose por
Casamentera deÇalrose por feitiseira que tinha Çomido muito
remedio nesta tera pelo o que sabia de feitisarias aonde
me dise que tomava Çabesa de bode negro pa fazer frivi
douros
Com muitas Çouzas diabliquas pa fazer vir pesoas de muito
lonig teras

toma a tera debaÇho dos peis i esta Com os olhos postos en

muidandose a pesoa va tomala pera lhe fazer fitisos isto me dise
ella

toma mididas das esCaidas i das porta por nastros da Cabesa i fallos
en boquadinhos pera feitisos
isto me dise ella que fazia
tira almas da outra vida Com devasão pera lhe falarem a suber
o que esta pera vir
isto me dise que o tinha feito
toma a pedra d era i piza Com mais feitisos i da a beber
pera lhe darem
isto me dise que fazia i se me fose nesesaro
que ella mo faria a min mesma

fas devasais de santos defezos que he são diniel i santo arasmo
Com quartas diaboliquas Com tres Candeinhas asezas nua sem
Camiza Com os Cabellos deitados pellas Costas abaCho fazendo
mezuras pelos Cantos de Caza
i abre a genela fora d oras i dis
palavras diaboliquas pera adro o Canpanro que veja
esta
lhe vi fazer eu en sua Caza

toma hũa basora i enfeita i vistida Como molher i deita pella
esCasda abaCho di nuote fora d oras Com palavras diabli
quas
i feiCha a porta
i pola manha aCha en sima isto
me dise ella que fazia

busqua galinha pellos munturos mortas Com feitisos pera
firvidouros
isto me diChe ella que fazia
furtarome hũa toalha de maos
ella me dise que diente de mi
faria Couza pera adivinha quẽ ma tomara
tomou ella hũa
pinera Com hũa tizoura no buraCo da pineira Com hũa quar
ta
diaboliqua dibaCho da pinera i a fes ballha Com pala
vras
isto vi eu mesmo