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Maarten Janssen, 2014-

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1803. Cópia de carta de António José de Matos Garrido, bacharel, para Nicolau Gaudêncio, padre.

ResumoO autor avisa o padre Nicolau que deve ir a sua casa.
Autor(es) António José de Matos Garrido
Destinatário(s) Nicolau Gaudêncio            
De Portugal, Torres Vedras, Vila Franca de Xira
Para Portugal, Lisboa, Convento de Santo António de Nossa Senhora dos Anjos
Contexto

Luís Correia da Fonseca disse ter ficado pronunciado na devassa geral da Correição de 1803, pela falta de cumprimento das obrigações de Almotacé. Foi, com efeito, preso, na última semana do mês de Setembro, e na prisão esteve cinco ou seis dias. No mesmo dia em que foi preso, apareceu o procurador agente António José de Mesquita, dizendo-lhe que, se queria sair logo, deveria dar oito moedas. Como Luís Correia da Fonseca desconfiou que a origem desta proposta viesse do doutor António José de Matos Garrido, advogado, dirigiu-lhe uma carta (fl.5? Ap12) e recebeu uma resposta onde se dizia que tudo se fazia em segredo, havendo dinheiro. Consequentemente, Luís Correia da Fonseca enviou as oito moedas, como ficou provado por esta carta. Mas a extorsão continuou, e o preso acabou por pagar a quantia de 41600, saindo logo. Porém, quando pediu a sentença, não lha entregaram. Tornou-se, então, um escandâlo o facto de o advogado ter tirado tanto dinheiro a um preso para lhe vender a liberdade. Nos 5 ou 6 dias em que esteve preso era impossível ter-se feito "tamanha despesa", e muito menos num livramento tão "insignificante". Pretendeu então Luís Correia da Fonseca que se tomasse em consideração o escândalo deste facto e que se fizesse justiça. O processo engloba ainda outros casos semelhantes, tendo servido de testemunha Vitorino José de Almeida, cirurgião, morador em Vila Franca de Xira, que foi alvo das mesmas tentativas de extorsão por parte do advogado e de um procurador, Mesquita. Também o padre Nicolau Gaudêncio do Sacramento passou pelo mesmo processo de extorsão: foi acusado de mancebia com Tomásia Maria e os mesmos advogado e procurador Mesquita garantiram-lhe que, em troca de dinheiro, lhe concediam a carta de seguro.

Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Casa da Suplicação
Fundo Feitos Findos, Processos-Crime
Cota arquivística Letra V, Maço 9, Número 12, Caixa 16, Caderno [12]
Fólios [18] Apenso 11
Transcrição Leonor Tavares
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Leonor Tavares
Modernização Raïssa Gillier
Data da transcrição2007

Texto: -


[1]
Senhor Irmão Nicoláo Gaudencio Sou mandado dizer a vosemese que persizo vir a esta caza porparado que tudo se acha em meu poder dessedido e não deve ter demora mais que athe amanha o outro dia, porque do comtrario terà vosemese algum dissabor e mais quem vosemece sabe
[2]
espero Resposta e oCazio-ens de lhe dar gosto.
[3]
Villa Franca de Xira dezasete de oitubro de mil e oitocentos e tres Seu amigo e venerador Antonio Joze de Mato Garrido

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