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Maarten Janssen, 2014-

Visualização das frases

1576. Cópia de carta de Manuel Leitão, ex-guarda do Santo Ofício, para Álvaro Mendes.

Autor(es) Manuel Leitão      
Destinatário(s) Álvaro Mendes      
In English

Copy of a private letter from Manuel Leitão, prior guard of the Holy Office, to Álvaro Mendes.

The author is pleased with a letter from the recipient that he receives in prison; he then comments some known facts about some friends.

This is the second process of Manuel Leitão, prior guard of the Holy Office in Coimbra, who was accused of facilitating the correspondence between inmates and their families and friends. While in prison, he kept corresponding with an old inmate, Álvaro Mendes. These letters were intercepted and copied by members of the Inquisition, who then put them back in their envelopes and sent them to the intended recipient. This exchange lasted from August to October 1576. The defendant later tried to deny these contacts, but ended up confessing and accusing a large number of other people.

If there is no translation for the letter itself, you may copy the text (while using the view 'Standardization') and paste it to an automatic translator of your choice.

Texto: -


[1]
Sor tanto folgei v esta sua como v a vm em pa e a todos nossos amigos e a minha mai q não tenho outrem
[2]
nosso sor me chege a tempo q pague tantas merces e lembranca como de min tem porq eu não tenho q lho page senão com a vida q tenho offerecida por elle e por todos meus amigos se for ncessario
[3]
como se vera por obra vm crea q estes dias estou mto triste o embaraco da letra e por nam ver reposta do dro q mandei he dei por isso desgosto ao portador
[4]
tambem emComendo a v m q tenha mta cautella porq com poucas palavras sendo conhecidas entenderei o q for ncesso
[5]
quãto da sinal dos pelhos não me podera mãdar outro mais incerto porq o meirinho torto de Coimbra foi por esse caminho tirando ora culpas de min he todos esses signais foi dar na mesa por que eu fui perguntado po isso
[6]
mas pareceme q nam lhe souberan dizer quem heram os mesmos poq a min nam me nomearam ningem
[7]
mandame mais signais outros pa acabar de ser certo he descansar e tambem porq a sua letra nam a conhecia
[8]
quãto ao martinho não sabia nada de min porq sempre me gardei disso
[9]
eu o farei a saber logo a dous dedos
[10]
a elle lhe veo oje aqui hum recado de sua casa pello alcaide dezendo que hera aqui hum moco ha d ir a mesa pera ver se o querem deixar fallar com elle
[11]
saiba la quem he la q vem
[12]
o sinal q lhe mando he q quãdo me mandou chamar a sera me vieram esperar elle he o amiguo antes de cheguar a ponte ja noite e ceamos en casa do sirgeiro todos tres carne de porco assada q eu mãdei por pa e ao outro dia nos partimos de madrugada e fomos dormir onde estavam as palhas e ao outro dia antes q me apartase me fez escrever hũa carta pa o brandão q Ds livre que falava no mullato he lhe emcomẽdei dese vinte cruzados ao homen
[13]
e mãdeme dizer se sabe disso algũa cousa
[14]
haqui dentro vai hũa carta q ja tinha feita das cousas q sam pasadas
[15]
veja se he ncessario sobre isso fazer algũa cousa he de tudo me mande
[16]
e mamdeme dizer se ha ja inqor em Coimbra he notairo he quem são do coadros
[17]
me avise como aqui for
[18]
e mãdeme dizer se despois de minha prissão faleceo algũa pa amigua das nossas conhecidas e se os lhes tiraram e a todas la cada hũa dellas em particular
[19]
mande minhas emcomẽdas porq sei q folgarão com isso e principalmte a lianor de beca filha do baeca porq lhe devo mto
[20]
he a todos e ao sarnoso de jorge dias
[21]
e como esta he aseite q a olanda furtou a sua mai pa me dar q la lhe ficou na cevadeira com hũa camissa q ma mande pa fazer hũs pannos pa a cabeca q são mal desposto della
[22]
e a snora sua mai q lhe bejo as mãs
[23]
he a elle ao sor manuel luis me facam dar minhas emcomendas
[24]
e ao sor miguel luis q lhe mãde novas de min porq hora sei q folgara com ellas
[25]
he q quãdo nosso sor levou a sua bem avẽturada q eu estava la e q me pesou quãto nosso sor sabe
[26]
nosso snor q foi servido levalla sua onra o sera de lhe dar a gloria de seu tio graviell
[27]
folgaria saber como passou porq o nam pude saber
[28]
noso sõr dee a vm e aos seus irmãos aquillo q pa min quiria he a todas. e mos leixe v fora desta prissão
[29]
ao sõr companheiro beije as mãos por min e lhe dee os agradecimtos das merces q me fez
[30]
e se ha aimda algum peixe puta q parta comiguo porq bem o achei menos he a sua conversacão e bona e amizade.
[31]
beijo as mãos a vossas merces seu Reitor

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