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Maarten Janssen, 2014-

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[1562]. Carta de Adão Correia, antigo criado, para um destinatário não identificado.

ResumoO autor aconselha-se junto do destinatário sobre se poderá ingressar na ordem dos capuchos apesar de esperar um filho de uma mulher com quem não casou.
Autor(es) Adão Correia
Destinatário(s) Anónimo236            
De Portugal, Lisboa
Para S.l.
Contexto

Adão Correia, mulato forro, de 22 anos, que servira na casa de Rui Lopes Lobo em Lisboa, foi acusado de tentar extorquir valores a diversas vítimas. Utilizava como método apresentar-se a elas como portador de um auto da inquisição, feito por ele próprio, onde estariam nomes de denunciados e testemunhas. Abordava as vítimas, mercadores cristãos-novos, e, a troco de bens e da promessa de segredo, prontificava-se a revelar o conteúdo do auto fictício. Em nenhuma das suas abordagens parece ter tido sucesso, dado o desinteresse ou a revolta das vítimas. Este caso de extorsão foi denunciado ao juiz do crime de Lisboa, que mandou prender Adão Correia no Limoeiro. O réu alegou que tinha por motivação conseguir comprar um hábito de romeiro e correr mundo. O Santo Ofício interessou-se então pelo caso, por considerar que perturbava e desautorizava o seu serviço, e instaurou também o seu próprio processo. O réu acabou condenado a açoites com baraço e pregão pelos locais onde residiam as suas vítimas, degredo de três anos nas galés (ou então seis anos, se preferisse ir para o Brasil com a sua mulher) e degredo perpétuo de Lisboa e do seu termo.

Suporte meia folha de papel dobrada escrita no rosto do segundo fólio.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 6663
Fólios 3r
Transcrição Tiago Machado de Castro
Revisão principal Rita Marquilhas
Contextualização Tiago Machado de Castro
Modernização Catarina Carvalheiro
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2012

Texto: -


[1]
Snor
[2]
numqua neste mumdo quys cura vosa merse mes ja aguora me tenho bem arepemdydo dyso
[3]
sabera vosa merse q eu ymda ate guora não sou cazado
[4]
comtudo esa molher esta prenhe e parira sedo se noso sor for servydo e parymdo não lhe mỹguara nada
[5]
mynha vomtade e meterme na ordem dos capucõs se a Vosa m pareser bem
[6]
e senão fasase o q Vosa m mãdar
[7]
e da reposta me fasa Vosa m merse
[8]
noso Sor acresemte os dyas de vyda a Vosa m pra noso emparo
[9]
da reposta por espryto
[10]
do seu adam

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