PT | EN | ES

Menu principal


Powered by <TEI:TOK>
Maarten Janssen, 2014-

Visualização das frases

[1759-1763]. Carta de Faustina Maria para sua mãe, Maria Teresa de Jesus, mulher de lavrador.

ResumoA autora recrimina a atitude dos pais face ao conteúdo de uma carta anterior, a qual lhe terá criado problemas com a Inquisição.
Autor(es) Faustina Maria
Destinatário(s) Maria Teresa de Jesus            
De América, Brasil, Rio de Janeiro
Para S.l.
Contexto

Há três fontes documentais e uma monografia que permitem contextualizar a personagem histórica de Rosa Maria Egipcíaca, bem como o círculo em que se movia: trata-se dos processos 2901, 9065 e 18.078 da Inquisição de Lisboa, arquivados no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, e uma monografia da autoria do antropólogo Luiz Mott (Mott, L. 1993. Rosa Egipcíaca, uma Santa Africana no Brasil. Bertrand Brasil). As pessoas envolvidas nos processos 2901 e 9065 enquanto réus são Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz, escrava forra (natural da Costa de Ajudá, de etnia courã e residente no Brasil), o Padre Francisco Gonçalves Lopes (português, residente no Brasil) e o Padre João Baptista de Capo Fiume (italiano, residente no Brasil). Os primeiros dois conheceram-se em São João del Rei (Minas Gerais), ainda Rosa era escrava. Segundo o seu testemunho, em 1748 converteu-se à vida religiosa guiada pelo Padre Francisco Gonçalves Lopes e abandonou um passado de prostituição. Afirmou à Inquisição ter sentido “invasões espirituais malignas” e ter sido exorcizada pelo padre. Alguns acontecimentos foram contribuindo para a crescente má fama de Rosa e para a desconfiança das autoridades em relação a ela. Em 1749, numa igreja, estando Frei Luís de Peruggia a discursar, Rosa levantou-se e gritou algo sobre os demónios presentes no local, caindo depois no chão. Foi imediatamente exorcizada, mandada prender pelo bispo e açoitada no pelourinho da praça pública, episódio que a terá deixado paralisada do lado direito. Depois disso não havia quem a confessasse e Rosa pediu uma audiência ao bispo de Mariana para provar a sua sinceridade. Foram feitas provas de exorcismo na presença de vários sacerdotes, mas a escrava não conseguiu convencê-los de que estava possuída. Vendo o seu desespero, o padre Francisco Gonçalves Lopes convenceu Pedro Rodrigues Arvelos ‒ um lavrador amigo de ambos – a comprar Rosa à sua proprietária, e assim a escrava foi trocada por um “moleque”. Em 1751, Rosa e Francisco Gonçalves Lopes decidiram ir para o Rio de Janeiro, dada a sua fama de "velhaca" em Minas, e segundo o testemunho do Padre Filipe de Sousa, próximo dos réus, porque quiseram fugir a um possível julgamento de Rosa. Foram vivendo em casa de amigos do padre e a escrava mudou de nome, acrescentando-lhe "Maria Egipcíaca da Vera Cruz". Em 1751, Rosa aprendeu a escrever com Maria Teresa do Sacramento. Há dois documentos originais da sua letra nos processos da Inquisição, ao lado de muitos outros de que foi autora mental por os ter ditado à sua mestra de escrita. O seu director espiritual passou a ser Frei Agostinho. Em 1754, Rosa, o padre Francisco, frei Agostinho e alguns patrocinadores fundaram o Recolhimento de Nossa Senhora do Parto. O bispo do Rio de Janeiro, Dom António do Desterro, nomeou como primeira regente Maria Teresa do Sacramento (de 28 anos, natural de Lisboa), embora fosse Rosa a verdadeira responsável pela instituição. O Recolhimento seria destinado "a mulheres pecadoras que nos confessionários diziam que tinham ofendido a Deus por não terem casas para morar" (p. 42 do livro de Luiz Mott) e teve diversas recolhidas de várias idades. Maria Teresa não se sentiria como total regente, e, juntamente com Frei Agostinho cujos exorcismos não resultavam com Rosa, denunciou a africana ao bispo pelo seu comportamento estranho. Isto porque Rosa continuava com frequentes ataques e desmaios, chegando a agredir e maltratar quem estivesse por perto, necessitando de muitas atenções e diversos exorcismos, descritos por algumas testemunhas do processo inquisitorial. Frei Agostinho deixou de ser seu director espiritual, também por ter adoecido, e foram nomeadas outras pessoas para essa função. A fama de Rosa agravou-se também porque, estando numa igreja a assistir à missa, viu que estavam duas senhoras a conversar e avançou sobre elas. Destas duas pessoas, uma pertencia à elite do Rio de Janeiro (Dona Quitéria), o que fez com que, por ordem do bispo, Rosa fosse expulsa do Recolhimento de Nossa Senhora do Parto (1758). Dificilmente a ré se livraria da fama de embusteira, mas para que Rosa não recebesse nova sentença de açoites ‒ que teria, como escrava -, pediu a Pedro Rodrigues Arvelos a sua carta de alforria, e tornou-se liberta. Nos sete meses seguintes, Rosa viveu em casa de uma amiga, e depois na casa do padre Francisco Gonçalves Lopes, anexa ao Recolhimento. Entretanto, ficou como seu director espiritual Frei João Baptista, e durante este tempo Rosa disse ter a premonição de um dilúvio. Houve alguma expectativa em relação a esse acontecimento e, quando ele se deu, cresceu ainda mais a sua fama. Voltou a entrar para o Recolhimento sem explicação aparente (mas como na época o bispo estava doente, pode ter havido um aproveitamento da sua debilidade). No ano de 1759, as quatro filhas de Pedro Rodrigues Arvelos e Maria Teresa Arvelos entram para a instituição (Maria Jacinta, de 13 anos, Faustina, de 16, Genoveva, de 19, e Francisca Tomásia, de 11). Rosa era motivo de adoração, tal como as suas relíquias (dentes, sangue, cabelos, cartas, roupas e saliva, com que se faziam bolinhos para alívio das meninas que sentissem maus espíritos). Chegou-se a mandar fazer um retrato de Rosa para ser adorado na igreja, mas a Inquisição nunca o conseguiu encontrar. Já em 1762, a 22 de Janeiro, Dom António do Desterro pediu que Rosa e o padre Francisco Gonçalves Lopes fossem presos por culpas de heresia formal. Coube ao Promotor do Juízo Eclesiástico local, Dr. António José Correia, formalizar o auto de denúncia, levando a portaria a casa do Padre António José dos Reis Pereira de Castro (principal representante da Inquisição no Rio de Janeiro), que tinha sido já quem ordenara a sua anterior expulsão do Recolhimento. Não há indicação da causa de uma acusação formal repentina, mas, segundo Luiz Mott, seria por Frei Manuel da Encarnação ter sido eleito em 1761 vigário-geral, e ter sido ele um dos que pressionaram o bispo para que punisse Rosa na altura do incidente com Dona Quitéria. Ao todo foram ouvidos no Rio de Janeiro doze homens e sete mulheres, sendo o primeiro o Padre Francisco Gonçalves Lopes, que relatou episódios passados com a ré, mas sem a acusar. No entanto, a maior parte dos testemunhos foram incriminatórios e o comissário declarou haver fundamento para um mandado de prisão, que foi dado a 4 de Fevereiro de 1762. Mais nove testemunhas foram ouvidas até ao dia 13 do mesmo mês, também elas maioritariamente incriminatórias. No dia 20 começou o interrogatório a Rosa, e o padre acabou também por ser detido a 8 de Março do mesmo ano. No dia 6 de Março, Maria Teresa Arvelos apresentou-se ao inquisidor e entregou-lhe 55 cartas que ela e seu marido tinham recebido em São João del Rei (26 ditadas por Rosa, 22 do Padre, 4 de Maria Jacinta e 3 assinadas por Faustina, ambas filhas dos Arvelos), bem como um manuscrito que relatava algumas visões da ré. A 12 de Março foi a vez de seu marido se apresentar, procedimento comum na época, pois quem tivesse relação com um réu auto-incriminava-se, já que os arrependidos ou confessados podiam ter a condescendência do Tribunal do Santo Ofício. Rosa e Francisco Gonçalves Lopes estiveram presos durante um ano seguido à espera de ordens de Portugal. O único bem confiscado ao padre foi inexplicavelmente o seu escravo Brás, que por causa das acusações contra seu senhor também foi preso. Foi leiloado em Agosto, e do processo consta o "Auto de Arrematação do Mulato Sequestrado do Padre Francisco Gonçalves Lopes", que foi vendido por 510 réis. A 1 de Março de 1763, o escrivão deu os autos como conclusos, pois da parte da justiça do bispo já não se poderia actuar. A 29 de Março do mesmo ano, o Comissário António José dos Reis Pereira e Castro determinou a remessa dos presos para o Tribunal do Santo Ofício de Lisboa. As despesas da viagem foram pagas com o dinheiro conseguido com a venda do escravo Brás. Chegaram a Lisboa a 2 de Agosto de 1763 (a viagem terá demorado cerca de três meses) e foram encaminhados para os cárceres da Custódia. Foram revistados e o que confiscaram ao padre foi: uma caixa de tabaco velha de prata, um breve de marca com seu cordão, tudo em ouro, um garfo e colher de prata, 60 réis e um lenço com um embrulho de papéis. Ainda nesse dia foram transferidos para os Cárceres Secretos. A partir de 19 de Outubro, Rosa foi ouvida, mas o padre adoeceu, de modo que passou um ano até ser interrogado pela primeira vez. Na sala de audiências estariam o réu, os guardas que controlavam as saídas, um inquisidor e um notário. Rosa teve seis sessões de interrogatório muito espaçadas, que decorreram até 4 de Junho de 1765 (ano dos seus 45 anos) ficando sempre presa no cárcere inquisitorial. A Mesa pediu que todas as onze testemunhas do Brasil voltassem a ser inquiridas e que se encontrasse o terceiro réu do processo, Frei João Baptista de Capo Fiume. Mandou também que se procurasse o retrato de Rosa que era adorado no Rio. Quanto a Frei João Baptista, o familiar responsável disse ter procurado o sacerdote, mas os que o conheciam disseram que tinha voltado para Itália (terá falecido em 1786, em Bolonha, no seu convento, aos 74 anos). Quanto aos interrogatórios feitos ao padre Francisco, esses tiveram início a 29 de Março de 1764. O réu tentou desresponsabilizar-se alegando que tinha sido enganado por Rosa e pelo crédito de que ela auferia, enquanto santa, da parte de sacerdotes com posição hierárquica superior à sua. Entretanto, descreveu no processo as experiências vividas com aquela ré, chegando inclusivamente a relatar um episódio em que Rosa o terá tentado seduzir. A Mesa conclui que o réu seria culpado, suspendeu-o de confessor e de exorcista, obrigou-o a orações diárias e condenou-o a cinco anos de degredo em Castro Marim. Permitiu, no entanto, que continuasse a celebrar missa. A 24 de Março de 1766, o sacerdote partiu para o degredo, mas o facto de ter adoecido em Castro Marim levou a que lhe fosse autorizada a transferência para a sua Beira natal. O processo de Rosa ver-se-ia prejudicado pelas novas audiências às testemunhas do Brasil, na sua maioria desfavoráveis à sua libertação. Este processo termina com um escrito de Ana do Coração de Jesus (rapariga recolhida no Rio de Janeiro) com acrescentos ao seu depoimento.

O processo 18.078 consiste na minuta da certidão da fé de notários e auto de falecimento da ré Rosa Maria Egipcíaca e nele podeler-se: "Em o dia de hoje doze do prezente mez de outubro do prezente anno de mill setecentos e setenta e hum fomos ambos chamados aos carceres secretos desta inquizição e indo em companhia do guarda António Bapstista e dos digo que serve de Alcaide do Medico e mais guardas ao carcere da cozinha nella achamos hum corpo morto que reconhecemos ser da preta Roza Maria Egisiaca contheuda nestes auttos na qual se achava preza aqueles ditos Medico Alcaide guardas nos foi dito que ella tinha falecido de sua morte natural originada de varias molestias que padesia complicadas com achaques e que for a vezitada pelo nosso medico e cerurgião administrandoselhe varios remedios neçessarios para a dita enfermidade e recebera o sacramento dascensão de que se pasou esta certidão que asinamos em os ditos doze do corrente mez de 1771 Manoel Ferra. De [Mez.]".

Nesta carta encontram-se duas colunas de estâncias, aqui transcritas como se se tratasse de uma coluna só.

Suporte uma folha de papel dobrada, escrita no rosto e no verso do primeiro fólio e no rosto do segundo.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 14316
Fólios 3r-4r
Transcrição Mariana Gomes
Revisão principal Leonor Tavares
Contextualização Rita Marquilhas
Modernização Ana Luísa Costa
Anotação POS Clara Pinto, Catarina Carvalheiro
Data da transcrição2008

Texto: -


[1]
J M J
[2]
Minha Mai e Snra
[3]
permita os meus santissimos protetores e Snres amabilisimos corasois de jezus Maria joze joaqm e Anna q estas minhas limitadas sifras tenhão a flisidade de açharem a v mce desfrutando aquela saude espiritual e corpural tão filis como lhe dezeja o meu afeto espisialmte a espiritual da coal lhe considero mto inferma
[4]
e
[5]
sendo o mal pestilento danou e prudigicou a mtos a hums apegandolhe o Mal a outro privandolhes do bem q estavão logrando q se não fose a infinita Mizericordia de Ds e as ificasisimas orasois de hua sta Minha poderoza protetora e adevogada q apezar de toda a contrariadade assim o protesto confesar emcoanto Ds me não dezenparar ficaria perdendo o bem eterno da Minha alma o coal estava pesohindo com tanto gosto de minha alma ainda q indigna de tal dita
[6]
porem como Ds vehio ao mundo buscar pecadores nesta pecadora quer mostrar as suas mizericordias e o demonio meu Capital Inimigo raivozo por ver q a Minha sagrada redentora do inferno me tirou como poder de Ds e do seu corasão quebrando as malditas corentes da minha dezobidiensia e soberba e incredolidade com as coais me tinha o dragram infernal prizioneira nas suas infernais moradas e como tão bem o servia e amava mto e mto apaixonado se valeu de v mce fazendoa Mutora de tanta ruina asim como o foi a nosssa primeira Mai eua q tentada do inimigo tentou adaõ e tosdos os seos desendentes esprementarão e estamos esprementando a ruina das nosas almas almas pelo pecado da dezobidiensia
[7]
Ds noso Snr condespadesido das nosas almas vendo nos escravos do demonio o seu amor lhe obrigo a mandar o seu iUnigenito ao mundo, tomar a nosa carne para padeser por noso aMor e pagar a nosa divida q diviamos a sua divina justisa a coal pagou e satisfes obedesendo athe a Morte e morte de crus com a coal abriu as portas do çeo q estavão feçhadas pela deszobidiensia de noso primeiro pai
[8]
assim v mce obrou q tentada do inimigo tentou a Meu Pai apartando as suas almas de Ds pela culpas e tirando do rebanho de cristo as suas ovelhas q tanto lhe tem custado para as intregar as intregar aos lobos infernais
[9]
com capa de zelo tiroas do rebanho separandoas dos çeu pastor e pastora para as intregar ao maldito rebanho do bod inimigo infernal
[10]
porem como as maquinas do demonio a vista de Ds todos se desfazem asim sosedeu Aqui,
[11]
çhegou Meu pai de mim tão desconhesido e em hua selgunda feira na coal mi ditão as almas devotas a prizão do orto de noso redentor jezu cristo e vehio a este sacro colejo com tanta escandula dos Çeo e da tera e trose Comsigo o mejrinho geral da jgreja Com orde do Snr bispo para nos tira do Saçro Colejo Com hua hua escumunhão para q na caza donde nos pos nem a meu padre mem minha Mai e mesta nem pesoa algua do sacro cojlejo falar comnosco e com mtas lagrimas e suspiros nosos e de toda esta santa Comunidade sahi
[12]
Minha Mai op e meu Pe na apaixunadisinos com rezão pois a sinco anos pouco menos me tem sufrido e criado com tanto trabalho para reseber tão bom pago
[13]
e estivemos fora treze dias para sermos perguntadas
[14]
porem Ds q he todo poderozo confundiu e abateu todas as maqui as maquinas Com q pertendião aniquilar a caza de Ds e confundirnos a nos
[15]
so o snr Reverendo padre prefeito me fas falar e fazer alguas perguntas e a tudo respondia eu
[16]
quizera falar pesualmte a vmce para lhe perguntar em q religiao estaria eu q v mces fisesem o q fizerão nesta por lhes pareser piquinina nos seus olhos porq a não conhesem
[17]
he mto grande e divina feita pelo Çeo para recolher pecadores para se converterem e servirem a Ds
[18]
em outra nenhua o fasiao de q estou mto apaixunada pela dezonra da religiao por meu respeito
[19]
e se a Ds não fose tão mizericordiozo e Minha Mai e mestra e meu Pe tão binignos como são q nos não quizesem aseitar v mces tirião ocazião de se queixar
[20]
não por serto q eu me confundo dever o amor e carinho e binigindade com q me reseberão e me tratão q so athe antão o fazião depois se riquintou
[21]
e v mce so lhe peso q peze bem o q fees e q obre melhor q se por na Minha carta dizer q eu hera ivangilista deste altisimo Misteriu me condenarão a Min e toda a religião ofendendo a Ds tão gravemte de q o ceu todo esta e Cuja Carta esta na mão do snr bistpo
[22]
e se por esta palavra e outras varias me condenara eu me ofereso ja para o q v mce detriminar e q nenhus tormentos nem trabalhos me inpidirão o confesar q sou
[23]
torno a dizer q o sou e infinitas vezes direi q o sou porq se ivangilistas forão os q escreverão e publicarão a vida de seu divino Mestre ou tão bem o sou q sou disipula do mesmo Snr q eles tinhão e asim estejão mto sertos todos q ao incontro me quizerem sahir e eszaminar q eu estou mto pronta pois q ja dizafiei os soberbos e dezobidientes como na minha dizia a v mce q como soldado fraço estava na frente dos escolhidos para ser a primeira q de a vida pelo meu capitão general jezu cristo Rei salvador
[24]
e como asim Me sacrifiquei asim e me SaÇrifiço fui a primeira q lusifer pai da dezobidiensia e satanas o pai da suberba e encrudilidade me investiu coando mejenos esperava e mais alegre esperava todos juntos debaixo do abrigo e patrosiniu de Minha amada Mai e mestra e madrinha e de meu Pai selebrar a feita do valerozo purcursor su do divino Verbo
[25]
o snr são joão me deu a primeira avansada porem venseu o meu capitão q so a ele se deve dar toda a vitoria
[26]
estou esperando por outros mta q de todos espero sahir bem vensendo meu snr e meu capitão general dandose a ele toda a onra e glria divida com confuzão de todo inferno e apezar de todas as contruvesias bem pudião v mces se lenbrarem das infinitas obrigasois q devem a Ds e a minha Mai e a meu Pe por nos chamar para a religião sem lhe pedir nada
[27]
e se nos dese estado no seculo se nos não dotarião o menos vestirnos e darnos hua escrava , e escravo
[28]
porem sendo nos coatro e a religião tão pobre nem hua escrava v mces tem dado a esta religião para nos servir isto sabendo q vivemos de esmolas
[29]
e não paresa a v mces q isto q digo he porq o ouso a Meu Pe ou minha Miai
[30]
não por sertos mais sim o digo para q v mces o pezem bem na balansa da verdade para q ela lhes de o seu pareser
[31]
vejão se he asim justo ou não
[32]
o meu padre e Minha Mai senpre dizem q não samos filhos de pedro Rodrigues nem de Maria thereza sim suas filhas porq Ds lhas entegou e delas lhe a de dar conta
[33]
e isto não dizem pelas nosas virtudes nem ablidades mais sim por amor q tem as nossas almas e como somos pecadoras nos quer para q de pecadoras sejamos stas e convertidas
[34]
e o gradisimto de v mce foi este
[35]
Ds por sua entersesão lhes queira perdoar q nos lhe agradesemos mto a ocazião q nos da de padesermosmos por jezu cristo noso snr de qm sou ivangilista e não temo o dize lo q sou porq o sou da lei do mesmo snr q he o q prufeso
[36]
e em agradisimto ficamos todos orando e pedindo ao snr por v mce para q se converta a Ds e chore e conhesa o seu pecado com tegnpo de alcansar perdão
[37]
e com isto Não sou mais enpurtuna
[38]
peso q me deite a sua bensão não atendendo a minha incapasidade
[39]
o ceo gde a v mce aquele tenpo q for conviniente para o seruir e aMar
[40]
de Minha Mai e mestra e de meu pe aseite v mce saudades sem conto e a bensão as suas afilhadas e afilhados e todas as minhas iirmas fazem o mesmo
[41]
de v mce filha a mais mizaravel e pecadora Faustina Ma do corasão de sta Anna

Edit as listRepresentação em textoWordcloudRepresentação em facsímileManuscript line viewPageflow view