Visualização das frases [1600]. Carta de Francisco Correia da Silva, criado, para Dom Vicente Nogueira, cónego da Sé de Lisboa. Autor(es)
Francisco Correia da Silva
Destinatário(s)
Vicente Nogueira
Resumo
O autor diz ao destinatário que ele é o responsável pela sua desonra e que se foi embora levando o seu dinheiro. Avisa-o ainda de que o desonrará publicamente se ele denunciar o caso.
Texto: Transcrição Edição Variante Modernização - Cores
Não tem vm de que tomar paixão
Alguma pella grande descortezia q cometi
em largar todo o meu remedio e me ir
por este mundo porq mais quero padecer
Trabalho e mizerias do q ser dezonrado ainda
q por fazer isto q fis o ei de ser :
Vm
cuide q nunqua me vio nem me conhe
ceo e asim não faça cazo disto q lhe levo
que cuido o não fara e nem o descubrira
ao ldo
e quando de todo en todo vm quizer
precurar Alcansarme pa me fazer dar castigo
vou pa setuval aonde estarei huns dias
mas poucos
mas eu entendo se não querer
Vm desomrar
e não cuide que he pequena
a que a de ter porq eu sou hum d moço
que se me da pouco da vida
e dase me
pouco a padeser deshonra quando for
forçado
e vm darselhe ha mto q se saiba
o q eu sei de vm porq tenho quem quei
ra ser minha testemunha
pello q deve vm de querer dar
pouco motivo nisto q digo e dar mtas
graças a Ds de me ser ido porq me
avizaram
q em tres annos q estive nesta cidade
sabese mto de mim e dous dos q estão presos
e mtos q temo q An de prender
foi mto estra
gado e bem mto mal acomselhado em
me aseitar em seu serviço e compor
tando
de q tão pouco conhecia
torno
a pidir a Vm não dee a falar a nimgem
nada senão q lhe tinha pidido licença
pa ir a setuval e q divia de ir lla
e não queira deshonrarme pa ser
mto deshonrado Nosso Senhor
Franco Correa da Silva q num
qua o fora nem conhecera
a casa de Vm
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