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Maarten Janssen, 2014-
Resumo | O autor pede ao destinatário que lhe investigue a suspeita de um segundo casamento de um homem já casado. |
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Autor(es) | António Rodrigues Leitão |
Destinatário(s) | Francisco Luís Gião |
De | Portugal, Lisboa, Hospital de Todos os Santos |
Para | Portugal, Évora |
Contexto | Este processo diz respeito a António da Silva Freire, oficial de Cordoeiro, filho de Luís da Silva e Ângela Maria, natural da cidade de Elvas, morador em Vila Viçosa. O réu é acusado de bigamia e foi preso a 24 de Novembro de 1752. Ter-se-á casado com uma segunda mulher (Maria Rita, de Estremoz), estando ainda viva a sua primeira mulher (Guiomar Inácia) que estava a ser tratada num Hospital em Lisboa. No processo, Guiomar Inácia é descrita como tendo cerca de vinte e sete a vinte e nove anos, mais para alta do que para baixa, bastante nutrida de altura e de corpo, cara um tanto comprida, de cor um tanto trigueira, nariz pequeno e afilado, cabelo castanho alourado, com alguns sinais de bexigas. Já o réu, é descrito como sendo de estatura mediana, delgado de corpo, cara comprida e alvarenha, cabelo louro, boca e nariz proporcionados, sem sinais de bexigas mas com um sinal no pescoço junto ao queixo. Os olhos eram escuros, quase pretos. Consta que o réu terá dito que tivera notícia de que a sua mulher tinha morrido e que até terá conseguido certidão do falecimento, o que possibilitou o segundo casamento. Em interrogatório, o réu confessou ter-se casado primeiramente com Guiomar Inácia, da qual teve um filho por nome Manuel, e que, adoecendo esta de uma enfermidade que lhe tolheu os pés e os braços, foi ao Hospital de Todos os Santos para se curar. Não mais teve notícias, mas quando conheceu Maria Rita, conseguiu no Hospital de Todos os Santos uma certidão do seu óbito da primeira mulher. Contudo, a certidão vinha em nome de Guiomar das Neves, o que (segundo ele) lhe pareceu estranho, mas atribuiu ao facto de já não viverem juntos. Depois disso, com a ajuda de algumas testemunhas (às quais pagou) conseguiu casar-se pela segunda vez com a Maria Rita. O réu foi então condenado a fazer abjuração de leve de suspeito na fé, a ser açoitado pelas ruas públicas da cidade de Évora, a degredo por tempo de sete anos para as galés de sua Majestade, a ter penitências espirituais e instrução ordinária e ao pagamento das custas. No fim do processo encontra-se ainda uma comissão do réu, em que este refere ter cometido por várias vezes o ato de sodomia quando era ainda aluno do seu Mestre, Amaro Gomes Ratão, o qual tinha combinado com o seu pai que lhe ensinaria o ofício de cordoeiro por seis anos. Durante todo esse tempo, o réu foi paciente dos atos de sodomia sem conseguir fugir. Disse ainda saber de outro rapaz que fora seu colega na aprendizagem do ofício e que também sofrera os mesmos abusos. Nomeou ainda várias testemunhas. Contudo, não há referência alguma no processo em relação à tomada de posição do tribunal da Inquisição a este respeito. |
Suporte | meia de folha de papel dobrada escrita no rosto. |
Arquivo | Arquivo Nacional da Torre do Tombo |
Repository | Tribunal do Santo Ofício |
Fundo | Inquisição de Évora |
Cota arquivística | Processo 1416 |
Fólios | [17]r |
Socio-Historical Keywords | Rita Marquilhas |
Transcrição | Leonor Tavares |
Revisão principal | Rita Marquilhas |
Contextualização | Leonor Tavares |
Modernização | Rita Marquilhas |
Data da transcrição | 2010 |
Texto: -
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