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Maarten Janssen, 2014-

Visualização das frases

[1548]. Carta de António Fernandes para Pedro Carrilho.

ResumoO autor protesta, referindo-se ao mal que Manuel Garcia lhe causou em Cabo Verde.
Autor(es) António Fernandes
Destinatário(s) Pedro Carrilho            
De Portugal, Lisboa
Para Portugal, Lisboa
Contexto

O réu deste processo é António Fernandes, preso pela Inquisição em 1548. Em 1546, António Fernandes, cavaleiro do Infante, piloto e feitor, chegou ao rio de São Domingos (Cacheu, Guiné), ao porto de “Bugendo”, e, fingindo ter poderes do Santo Ofício para esse fim, prendeu Manuel Garcia, o feitor anterior, apreendendo toda a sua fazenda. Manuel Garcia denunciou António Fernandes, já que na verdade este não tinha poder para o prender, e apresentou entre as suas testemunhas os autores e o destinatário das cartas PSCR1207 a PSCR1210 (Francisco Dias, Diogo Lopes e Bartolomeu Garcia). António Fernandes, por seu lado, apresentou estas cartas para demonstrar os laços de amizade existentes entre o denunciador e estas testemunhas, que ele afirma serem suas inimigas. Pretendia, assim, invalidar as suas declarações. António Fernandes apresentou também as cartas PSCR1211 e PSCR1212, que ele próprio enviara a Pedro Carrilho, para demonstrar que havia um conflito entre ambos e, deste modo, anular o testemunho desfavorável de Pedro Carrilho. Analisadas estas duas cartas, concluiu-se que, para além de a letra dos envelopes possivelmente não corresponder à do corpo da carta, elas tinham sido escritas depois de Pedro Carrilho ter testemunhado contra António Fernandes, pelo que não foram consideradas. No processo de António Fernandes alega-se, entre outras acusações, que, uns dias antes de ele chegar ao Cacheu, Manuel Garcia andara às "bombardadas" com um João Álvares Chaquinho e matara no dito porto três homens brancos e um filho do alcaide da terra, e uma negra fidalga e outras pessoas. Além disso, andara levantado e tinha danado o trato de el-rei. No entanto, como António Fernandes não tinha poderes do Santo Ofício para prender Manuel Garcia, em dezembro de 1548 ele mesmo foi condenado a dois anos de degredo, sendo-lhe dada ordem para lhe entregar a fazenda que apreendera.

Suporte meia folha de papel escrita no rosto.
Arquivo Arquivo Nacional da Torre do Tombo
Repository Tribunal do Santo Ofício
Fundo Inquisição de Lisboa
Cota arquivística Processo 801
Fólios 98r-v
Online Facsimile http://digitarq.arquivos.pt/details?id=2300683
Transcrição Teresa Rebelo da Silva
Revisão principal Fernanda Pratas
Contextualização Teresa Rebelo da Silva
Modernização Fernanda Pratas
Data da transcrição2016

Texto: -


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sor
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fazeyme merce q me mãdeis novas de vos poq desejo de as saber e de mÿ som amdar a samta emquysã po me llyvar do q me pos ho senhor manuell garcya
[3]
pouvera ao sor ds q fora eu sabedor do noso negocyo e q fora no quabo vde q se aquy fora ou na ilha da madeyra pa omde ora vay meu sobrynho fylho dua mynha pryma po coregedor
[4]
elle justica me fezera mce de brivydade haguardar
[5]
eu sor ho vou v pa lhe beyjar as mãos po q amdo po me llyvar da sãta imquysysã e do q me pos ho sor manuell garcya
[6]
dygo aquy mais senã q ho q de mÿ lhe cõpr
[7]
aquy me emcomẽdome em vosa mre
[8]
svdor de vm anto fz

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