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Maarten Janssen, 2014-

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1722. Carta de João de Moura de Andrade, abade, para destinatário desconhecido, membro da Inquisição de Coimbra.

Autor(es) João de Moura de Andrade      
Destinatário(s) Anónimo404      
In English

Letter from João de Moura de Andrade, a priest, to a friend, member of the Coimbra Inquisition.

The author gossips on matters involving other priests and tells how he is trying to drive a family of New Christians to confess the practice of Judaism.

The family of Henrique Lourenço de Castro, a New Christian, was accused of judaism and persecuted by the Inquisition. A letter by a priest who made the first inquiries on the case was included as a proof in a larger action against the New Christians of the region.

If there is no translation for the letter itself, you may copy the text (while using the view 'Standardization') and paste it to an automatic translator of your choice.

Texto: -


[1]
Meu Amo e mto sr do meu coracão.
[2]
Mto teimozos andão esses achaques com VM e eu dezejo a VM hũa saude mto valente assim pa castigar essas queixas como pa vencer tantas molestias.
[3]
De todas livre Ds a VM e lhe de hũa felis dispozicam e vida dilatada pa gosto meu e de todos os q veneramos a sua pessoa
[4]
eu passo bem e agora ando sem queixa de cuidado.
[5]
Neste correo de amenhã espero algũa noticia dos negos de Lxa e neste passado me diz o procurador q o Juis gal estava em Azeitam, mas q naquelle dia se havia de recolher;
[6]
e como foi a procuracão dos Bndos entendo q estara feito o dezistimto; e ira caminhando a cauza.
[7]
Agora de novo me avizam q a ste saiara dos autos hũa peticão sobre q cahião alguns despos do juis a favor dos Bndos
[8]
hesta gente não cuida senão em diabruras, e inventos pa dilaçoens, mas espero em Ds q tudo hão de pagar. como ja se vai vendo na caza deste tolo e dicenssoens q vai tendo com os Irmãos.
[9]
No nego com o ultmo avizo q VM me mandou rezolvi darlhe obsa, e nomear outro comissro
[10]
nelle se trabalhou toda esta somana; como tambem na apprezentacão dos dous sogeitos.
[11]
e me vali da mesma pessoa q delatou pa os persuadir, com o fundamto dos Missionarios q a isso obrigavam em ordem a absolvicão das censuras;
[12]
Hũa das taes pessoas logo conveio nisso , com pouca defficuldade , e asentou q fosse por via do confessor a qm ja tinhão comunicado a culpa.
[13]
Eu logo preveni o tal confessor e instrui como se havia de portar, se acazo lhe soccedesse ser procurado.
[14]
e nestes termos entendi tinha conseguido o intento.
[15]
Mas o Demonio não se descuidou e logo no dia segte dispersuadio os sogeitos da rezolucão. com a illuzão de q não era possível, nem estavão obrigados a culpar Pai mai e parentes tão chegados como Irmãos Tios etc
[16]
e nesta opinião estão athe aqui contumazes, e pertinazes,
[17]
ainda insisto em as mandar persuadir e aconselhar o q lhe convem pa o seu bem.
[18]
queira Ds darlhe conhecimto verdadro do seu mal, pa se sogeitarem ao remedio q lhe he mais suave
[19]
Ds traga com saude a S Ema
[20]
eu não duvido q venha a Coimbra, mas quero me inclinar a q o Bispo da guarda o obrigue a tomar per la a vareda.
[21]
venha elle com bom succeso seja por onde for.
[22]
Ds gde a VM ms ans.
[23]
Crasto daire 21 de Agosto de 1722 Mto Amo do Coracão, e amate veneror de VM João de Moura de Andre

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